CEO da AtlasIntel surpreende ao comentar eleição na Bahia e crava nome para uma futura terceira via no Brasil

O CEO da AtlasIntel, Andrei Roman, concedeu entrevista à BNewsTV na tarde desta segunda-feira (31) e falou sobre o resultado das eleições na Bahia e no Brasil. Durante a reprecussão do pleito ao vivo, o editor de política do BNews, Henrique Brinco, e os repórteres Yuri Abreu e Eduardo Dias ouviram de Andrei elogios com relação à disputa estadual.

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"Foi uma corrida diferente dos outros estados do país em relação à qualidade dos candidatos e dos projetos políticos. Acho que a gente viu uma batalha do bem, entre dois candidatos competentes, preparados, com visão para melhorar o governo estadual com amor pela Bahia, e isso é muito diferente do que a gente vê em outros estados, eu diria até na eleição nacional", explicou.

Andrei Roman também destacou a "qualidade dos candidatos" que dispuratam o governo da Bahia: "[foi] bastante polarizado, mas a Bahia sai bem. O resultado ficou muito próximo na Bahia até pela qualidade dos candidatos. Eu incluiria nesse comentário o João Roma, que é um candidato bolsonarista um pouco diferente da média, um pouco mais preparado, um pouco mais responsável, mais sincero do que muitos outros pelo País. A politica baiana se destacou positivamente neste contexto e isso é muito bom".

Questionado se teria recebido um pedido de desculpas de ACM Neto, candidato derrotado ao governo, que chamou uma pesquisa do instituto AtlasIntel de "enquete", Andrei ponderou: "no que diz respeito a ACM Neto não precisa pedir desculpa, acho que não vale a pena entrar nesse assunto. Se um dia ele tiver interesse de conversar comigo, a gente pode tomar um café em nosso escritório no Rio de Janeiro e explicar melhor pra ele como nossas pesquisas foram conduzidas".

Sobre a eleição nacional, Roman ressaltou que "o País realmente sai muito dividido" e especificou que "a base lulista hoje é muito diferente do que já foi, é uma base rachada".

"Antes o apoio a Lula era muito relacionado à renda e escolaridade: quando mais pobre e menos educado era o eleitor maior era a chance de apoiar o Lula. Hoje em dia já não é assim, a gente tem cada vez mais um eleitorado urbano, progressista, educado, de alta renda. E esse é um eleitorado que por conta dos valores progressistas estão do lado do Lula. Ao mesmo tempo Lula preserva aquela fortaleza entre os eleitores mais pobres. Se trata basicamente de duas bases. Será um desafio reunir essa base muito diversa que ele tem hoje. Falar sobre pobreza e desigualdade já não é mais algo que é tão pacífico dentro da base de apoio que ele tem hoje, é mais fragmentado, mais complexo", explicou.

Por outro lado, o CEO do AtlasIntel diz que Bolsonaro tem uma vantagem, pois "conseguiu pautar temas relacionados a valores conservadores que de fato deixaram o eleitorado dele muito mais solidificado, muito mais simples de diversas formas. O bolsonarismo é um fenômeno muito menos fragmentado do que o lulismo. Lula realmente conseguiu vencer a eleição por abranger um campo muito amplo. Será uma tarefa dificil pra Lula pela frente.

Antes de finalizar a entrevista, Andrei Roman salientou que o governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é um dos nomes fortes para compor a chamada terceira via: "o Eduardo Leite foi quase um símbolo dessa sobrevivência em condições muito adversas da terceira via. E tendo sobrevivido, ele se afirma como um nome muito forte. A Simone Tebet está no campo do Lula, então acho que seria difícil ela articular um discurso com tanta legitimidade mais para o centro. E outros candidatos que poderiam ter esse perfil não conseguiram a eleição. Dentro desse contexto, a eleição do Leite é algo muito notável".