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Ciro ataca Lula, diz que Bolsonaro é pior que petista e admite namoro com 3ª via

Márcia Foletto / Foto de Arquivo
Pré-candidato do PDT, Ciro participou de sabatina da Folha e UOL nesta quarta (20)  |   Bnews - Divulgação Márcia Foletto / Foto de Arquivo

Publicado em 20/04/2022, às 12h05 - Atualizado às 12h25   Folhapress


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O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é pior. Ele ainda defendeu uma frente ampla de centro-esquerda baseada num programa para superar a crise econômica e, para isso, disse aceitar dialogar com a terceira via, mas sem admitir que retira sua candidatura. "O diálogo pressupõe uma página em aberto. [...] Quem senta para dialogar senta para dialogar mesmo. Agora, nem eu exijo que ninguém retire a candidatura e nem eu posso chegar dizendo que admito retirar a candidatura", declarou.

O ex-ministro participou de sabatina realizada por Folha e UOL nesta quarta-feira (20). A entrevista foi conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral, pelo colunista do UOL Josias de Souza e pela jornalista da Folha Cátia Seabra. Ciro afirmou que sua negociação em curso com PSD e União Brasil, que ele aceita que se estenda para MDB e PSDB, não pode ser um "conchavo despolitizado". Para ele, acima da definição de um candidato único, é preciso buscar convergências no diagnóstico da crise e de como sair dela.

Ele disse ainda que manterá sua candidatura pelo menos até julho, quando entende que o cenário estará mais claro para as definições de nomes. O presidenciável do PDT afirmou que, assim como a terceira via, também censura a polarização entre Lula e Bolsonaro. Ciro repetiu que a condição para sentar-se à mesa foi superada, já que Sergio Moro, a quem ele chama de "inimigo da República", já não participa da construção como presidenciável.

Em relação a João Doria (PSDB), que foi chamado por Ciro de "viúva de Bolsonaro", o pedetista afirmou na sabatina que não pode julgá-lo, já que ele "rompeu com o passado de forma honesta, inclusive fazendo autocrítica".

Segundo Ciro, 70% dos brasileiros são ex-bolsonaristas. "Nosso povo é ex-bolsonarista porque foi enganado", disse o pedetista, atribuindo a eleição de Bolsonaro "ao colapso moral e econômico do PT".
Enquanto chamou a união de Lula com Geraldo Alckmin (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL) de cruzamento de jacaré com peixe-boi, Ciro afirmou que sua aproximação com a União Brasil (fusão do DEM com PSL) se justifica pela emergência de superar a crise econômica.

Ciro criticou duramente Lula e disse não considerar o ex-presidente inocente. "Lula é responsável por ter levado a corrupção para o centro do poder no país", afirmou. Para Ciro, o ex-presidente não é humilde e não aprende com os erros. "No ano seguinte do golpe, Lula estava abraçado com os promotores desse mesmo golpe", declarou a respeito do impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016.

O pré-candidato do PDT também afirmou que Lula "está destruindo as organizações partidárias" e "especialmente o campo progressista", citando PSOL, PC do B e PSB, partidos que se aliaram ao petista.

Ciro disse não haver nenhuma chance de uma aliança com o petista, que "perdeu a decência" e "está apodrecido moralmente". "O antipetismo ressuscita o bolsonarismo boçal", completou.

Ele afirmou ainda concordar com seu jingle, em que afirma que Lula rouba, mas faz e Bolsonaro rouba sem fazer. Ciro defendeu o marqueteiro João Santana, que trabalhava para o PT e foi condenado por receber caixa dois. "Ele pagou a pena e está de volta à ressocialização a que todo cidadão que transgrediu a lei tem direito", disse.

Questionado sobre Bolsonaro, Ciro afirmou que o presidente é, sim, pior que Lula. "É um grande corrupto, um grande incompetente, mas é um fascista", disse, acrescentando que Lula "é do campo da democracia". O pedetista afirmou ser o único em condição de enfrentar Lula e Bolsonaro. "Eu não cometo crime, eu nunca respondi por nenhum mal feito de corrupção", disse.

Ele lembrou que a operação da Polícia Federal da qual foi alvo de busca e apreensão foi anulada, em fevereiro passado, pela Quarta Turma do TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região). Em dezembro de 2021, Ciro havia sido alvo da Operação Colosseum, que investiga supostas fraudes na reforma da Arena Castelão, em Fortaleza, entre 2010 e 2013.

Apesar de estar com 7% na última pesquisa Datafolha, de março, Ciro afirmou que estará no segundo turno. Disse, porém, que disputa sua última eleição e que irá para a academia ou para a iniciativa privada em seguida. Também prometeu não concorrer à reeleição se vencer.

Já em 2018, Ciro afirmou que voltou de Paris para votar em Fernando Haddad (PT) no segundo turno. "Mas não me obrigue a fazer campanha com bandido", emendou ao justificar sua ausência na campanha contra Bolsonaro após o primeiro turno.

Respondendo a perguntas de internautas, Ciro afirmou receber R$ 22 mil por mês do seu partido, o PDT, além de realizar palestras, pelas quais cobra R$ 30 mil. "Já recebi mais de R$ 100 mil em um mês dando palestra", completou.

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