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Datafolha: Haddad lidera em SP, seguido por Rodrigo e Tarcísio empatados

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Virtual saída de Márcio França afunila disputa entre petista, com 34%, e rivais com 13%; indecisos são 9%  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil/Divulgação/Divulgação

Publicado em 30/06/2022, às 19h32   Igor Gielow / Folhapress


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A virtual saída do ex-governador Márcio França (PSB) da disputa pelo Governo de São Paulo afunilou a corrida entre o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), que a lidera com 34%, e dois pré-candidatos mais à direita no espectro político: o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ambos com 13%.

Brancos e nulos somam 20% e os indecisos, 9%, um contingente saboroso para os postulantes ao Palácio dos Bandeirantes.

Os dados são do Datafolha, que entrevistou 1.806 eleitores de terça (28) a quinta-feira (30). Com uma margem de erro de dois pontos percentuais, a pesquisa, contratada pela Folha, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número SP-02523/2022.

O instituto testou dois cenários, um sem França e outro, com. Ele já disse a aliados que pode não disputar, e tal posição é considerada certa tanto por esses apoiadores como por adversários.

O motivo é o arranjo feito com o PT, que está aliado ao PSB na disputa federal com a chapa Luiz Inácio Lula da Silva-Geraldo Alckmin.

Haddad estimulou a presença de França no páreo na fase inicial da campanha por considerar que ele continha votos que poderiam migrar para o governador Rodrigo. Mas agora um palanque unificado serve mais aos desígnios do PT, e o ex-governador deverá tentar a vaga ao Senado.

Isso se consolidou nesta quinta (30), com a nova desistência do apresentador José Luiz Datena (PSC) em uma eleição. Fora da disputa pelo Senado, na mesma chapa de Tarcísio, o caminho se abre para França.

Abaixo do pelotão dianteiro da corrida está o grupo liderado por Gabriel Colombo (PCB, 3%), Felício Ramuth (PSD, 2%), Altino Junior (PSTU, 2%), Vinicius Poit (Novo, 1%), Elvis Cezar (PDT, 1%) e Abraham Weintraub (PMB, 1%), todos embolados na margem de erro.

Como Colombo e Cezar não estavam colocados na disputa na pesquisa anterior, feita em 5 e 6 de abril, os dados não são diretamente comparáveis entre os levantamentos.

Mas os números dos pré-candidatos à frente são de todo modo semelhantes, com oscilações positivas de dois pontos para Rodrigo e Tarcísio na margem de erro, e negativa em um ponto para Haddad.

Quando França ainda tem seu nome testado, o cenário muda um pouco. Haddad segue liderando, com 28%, seguido pelo ex-governador (16%), em empate técnico no limite da margem com Tarcísio (12%). Rodrigo, por sua vez, empata com o ex-ministro marcando 10%.

Quando questionados sobre preferência no cenário em que França está presente, os seus eleitores citam a seguinte distribuição de suas preferências: 30% por Haddad, 25% por Rodrigo e 20%, por Tarcísio.

Isso não é uma declaração de segunda opção de voto direta, mas sugere para onde irão os apoiadores do pessebista caso ele deixe mesmo a candidatura.

Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado não é informado dos nomes à mão, há estabilidade em relação a abril. Citam Haddad 6%, mesmo número que Tarcísio aufere. Rodrigo e França empatam em 2% e o grande vencedor é o indeciso: 72%, número algo superior aos 67% do levantamento anterior.

Isso se deve muito à dinâmica da campanha, que ainda não está em ritmo acelerado em termos de exposição pública. A tática é a preferida de Rodrigo, que gostaria de um maior enfrentamento apenas quando a propaganda na TV começar, no fim de agosto.

Rodrigo, egresso do antigo DEM no ano passado, está conciliando o governo com costuras de bastidor e apresentação nas bases por meio de lançamento de obras e contato do secretariado com prefeitos.

É uma forma de fugir rejeição que seu ex-chefe, João Doria (PSDB), tinha pelo estado —o tucano deixou o cargo para buscar a candidatura presidencial, mas desistiu ao ser deixado a pé pelo partido.

Aqui e ali, toma medidas de olho em outubro, como o congelamento de tarifas de pedágio como forma de mitigar o aumento dos combustíveis. É um terreno que vem sendo explorado também por Tarcísio, o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa.

Ele tem enfrentado críticas de aliados bolsonaristas por esconder o padrinho na campanha, talvez temendo a rejeição que acompanha o mandatário máximo.

Em relação ao perfil do eleitorado, no cenário sem França, o petista apela de forma homogênea. Tem vantagem mais ampla entre os jovens de 16 a 24 anos, 40%. Eles compõem 14% do eleitorado paulista.

Vai melhor na capital que governou de 2013 a 2016 (43%, num grupo equivalente a 28% da amostra) e entre funcionários públicos (45%, apenas 5% dos eleitores).

Já o voto declarado no governador e no ex-ministro indica que ambos disputam a mesma frequência do eleitorado, embora tenham uma intenção de voto também sem grandes disparidades entre segmentos.

Rodrigo tem melhor desempenho entre mais ricos (19% de intenção, 3% dos eleitores), funcionários públicos (19%) e empresários (23%, 3% da amostra).

Tarcísio vai melhor entre homens (18% de declaração de voto, grupo com 46% da amostra), quem tem ensino superior (18% num universo de 26% dos eleitores), quem ganha de 5 a 10 salários mínimos (19%, 9% da amostra) e os mais ricos (19%, 3% dos paulistas). Ele vai bem também entre empresários (26%), empatando com Haddad (28%) no grupo.

Vai consideravelmente pior, contudo, entre as mulheres: tem 9% de intenção de voto, algo que pode estar relacionado à maior rejeição de Bolsonaro nesse grupo, que em São Paulo compõe 54% do eleitorado.

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