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Tiro no pé? Ministro de Jair Bolsonaro muda opinião após polêmica sobre inserções em rádios

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ministro de Bolsonaro disse que objetivo, ao levantar tema, era de tentar acordo com o TSE  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 28/10/2022, às 19h27   Cadastrado por Yuri Abreu


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O ministro das Comunicações de Jair Bolsonaro (PL), Fábio Faria, mudou de opinião após a extensa repercussão acerca das falhas nas inserções em emissoras de rádio após o tema “escalar” e passar a ser usado por apoiadores do presidente de pedir o adiamento das eleições.

Um dos coordenadores de campanha à reeleição do mandatário, Faria disse estar arrependido de ter levantado suspeitas sobre o assunto e que tinha como objetivo, ao convocar uma entrevista coletiva de imprensa na segunda-feira apontando um suposto boicote, era tentar um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Conforme o titular da pasta, a ideia era compensar os eventuais prejuízos na propaganda de Bolsonaro. Porém, Faria reconheceu que as falhas eram do partido por perceber tardiamente o problema, e não do tribunal.

"Entrei nesse tema para resolver inserção via inserção, para tentar mediar um acordo entre o TSE e a campanha. Quando esse assunto escalou, eu sai. Eu me arrependi porque o assunto escalou", disse o ministro ao jornal O Globo.

"Se fosse o tema só a inserção, tudo bem. Mas como entraram em outro assunto (...) Ele não escalou só por isso [inserções], escalou pela denúncia do funcionário do TSE e pediram adiamento [das eleições]", completou.

O "outro assunto" o qual Faria se referiu foi a exoneração do servidor Alexandre Gomes Machado, que foi exonerado pelo TSE e procurou a Polícia Federal para prestar um depoimento na madrugada da quarta-feira (26).

Aos investigadores, Machado alegou que perdeu o cargo após ter informado os superiores dele sobre uma suposta falha na veiculação de inserções em rádios de Bolsonaro.

A Corte, porém, informou que a demissão foi motivada por "indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política". Segundo a Corte, essas denúncias serão "devidamente apuradas".

Por outro lado, nos bastidores, tanto o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, quanto o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, cacique do PP, demonstram contrariedade com a mais nova investida contra a Corte.

Segundo aliados, em caso de derrota nas eleições do próximo domingo (30), ambos não devem embarcar numa eventual batalha para contestar o resultado das urnas. Nenhum deles participou da reunião convocada às pressas por Bolsonaro na noite de quarta-feira (26), no Palácio do Alvorada, para tratar sobre o tema.

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