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Meirelles contrata ex-marqueteiro de Aécio e quer polarizar com Bolsonaro

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Pré-candidato ao Planalto foi orientado a ser mais agressivo e se apresentar como 'alternativa segura'  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 27/06/2018, às 07h25   Folhapress


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Pressionado por setores de seu partido e do mercado a desistir da candidatura ao Planalto, Henrique Meirelles (MDB) contratou Paulo Vasconcelos, ex-marqueteiro de Aécio Neves (PSDB), para coordenar a nova fase de sua campanha.

Meirelles vai apostar em um discurso mais agressivo em relação aos adversários e na polarização com Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), que lideram a disputa na ausência do ex-presidente Lula.

Pressionado por setores de seu partido e do mercado a desistir da candidatura ao Planalto, Henrique Meirelles (MDB) contratou Paulo Vasconcelos, ex-marqueteiro de Aécio Neves (PSDB), para coordenar a nova fase de sua campanha.

Meirelles vai apostar em um discurso mais agressivo em relação aos adversários e na polarização com Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT), que lideram a disputa na ausência do ex-presidente Lula.

O publicitário já prestava uma espécie de consultoria informal ao emedebista, mas sua contratação para chefiar o time de comunicação foi oficializada somente no domingo (24).

Estacionado há meses com 1% nas pesquisas, o ex-ministro da Fazenda foi aconselhado por aliados a subir o tom contra os adversários e utilizar a capilaridade que o MDB tem nos estados e municípios para tentar tirar sua campanha do imobilismo.

A nova estratégia foi discutida durante reunião nesta terça-feira (26), em Brasília, entre Meirelles, Vasconcelos, o marqueteiro Chico Mendez, o presidente do MDB, Romero Jucá (RR), e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco.

Além deles, estavam presentes João Henrique Sousa, secretário-executivo da Fundação Ulysses Guimarães e uma espécie de olhos e ouvidos do presidente Michel Temer na campanha, e Renato Meirelles, da consultoria Locomotiva Pesquisa e Estratégia.

Além de modular o discurso do ex-ministro da Fazenda, a equipe decidiu intensificar o volume de eventos e entrevistas, principalmente a emissoras de rádio, dos quais o pré-candidato irá participar. A ideia é fazer Meirelles mais conhecido e mostrar sua experiência em conduzir a economia. Um dos slogans sugeridos nesta terça foi: "Meirelles, quem conhece vota".

Outra solução, no mínimo inusitada, será usar a imagem de Lula para exemplificar a expertise do emedebista. 

A tese, que vai de encontro à pressão do governo para que Meirelles defenda Temer em primeiro plano, está baseada em pesquisas que mostram certa simpatia de eleitores lulistas quando comunicados que ele fez parte da equipe econômica de Lula —o ex-ministro da Fazenda foi presidente do Banco Central durante os oito anos da gestão do petista.

A tática, porém, esbarra em dificuldades imediatas, como o próprio candidato do PT —Lula vai declarar apoio a Fernando Haddad ou a Jaques Wagner assim que a Justiça Eleitoral o considerar inelegível.

Ainda não se sabe se o ex-presidente poderá gravar para o candidato petista que vai substituí-lo nas urnas, mas, como mostrou a Folha no início de maio, Lula já deixou vídeos inéditos gravados para a campanha de seu partido que, obviamente, não citam Meirelles e fazem críticas ao governo Temer.

As imagens e possíveis áudios de Lula usadas pela campanha do emedebista serão de arquivo.

PRA RUA
Desde que iniciou sua pré-campanha, Meirelles tem feito um giro pelos diretórios estaduais do MDB para tentar vencer resistências internas a seu nome e ser oficializado candidato do partido na convenção de julho sem sobressaltos. 

Os auxiliares de Temer, por sua vez, avaliam que ele deve investir mais em agendas de massa, fora dos gabinetes e em nichos específicos, como os evangélicos, por exemplo.

Nesta semana, o ex-ministro deve participar de um encontro com religiosos em Recife e ampliar seus compromissos externos.

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