Eleições

Ex-ministro da Cultura que denunciou Geddel é eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro 

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Ele recebeu 50.533 votos, o que o tornou o 26º deputado mais votado no estado  |   Bnews - Divulgação Alan Marques/Folhapress

Publicado em 08/10/2018, às 10h37   Redação BNews


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O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, neste domingo (7), pelo PPS. Ele recebeu 50.533 votos, o que o tornou o 26º deputado mais votado no estado. O ex-ministro de Temer pediu demissão em novembro de 2016. Na época, ele acusou o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima de pressioná-lo para liberar uma obra embargada em Salvador. 

Na carta de demissão, ele alegou motivos pessoais. Mas numa entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Calero disse que decidiu deixar o cargo porque foi pressionado pelo ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, do PMDB da Bahia.

O motivo seria o La Vue, localizado na Ladeira da Barra, em Salvador. Um prédio de alto padrão, de 30 andares e 24 apartamentos. Geddel comprou um dos imóveis na planta. O empreendimento fica numa área nobre de Salvador, com vista livre para a Baía de Todos os Santos e numa região com construções tombadas, como o Outeiro e a Igreja de Santo Antônio, além do Forte de Santa Maria.

“No dia 28 de outubro que recebo essa notícia por meio de uma ligação do ministro Geddel de que ele teria um imóvel naquele edifício. No dia 31, dois dias depois, eu fui despachar com ele, e ai ele volta a esse assunto, e ai ele vem com uma alegação no seguinte sentido: eu já ouvi dizer uma história de que o Iphan vai acabar, diminuindo a quantidade de andares possíveis, e eu que comprei num andar alto, como é que eu fico? Se fosse o caso, ele iria pedir a cabeça da presidente do Iphan. Se fosse o caso ele falaria até o com o presidente da República, mas que ele não admitiria ser pego de surpresa, e claro, não admitiria que houvesse uma decisão contrária ao seu interesse”, disse Marcelo Calero.


O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Salvador liberou a construção do edifício com todos os 30 andares, mas o Iphan Nacional considerou que o prédio "prejudica e altera o significado dos bens tombados na paisagem" e no dia 16 de novembro " decidiu anular a autorização concedida pelo Iphan na Bahia e determinou o embargo da obra."

O Iphan é um órgão do Ministério da Cultura. O agora ex-ministro Marcelo Calero afirma que passou a ser pressionado pelo ministro da Secretaria de Governo para liberar a obra.

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