Eleições

Wagner não classifica escolha pelo nome de Haddad como equivocada e diz que PT não terá dificuldade de se reorganizar

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Na visão do senador eleito, quem foi “abalroado não foi o PT”, houve uma “onda” antissistema geral  |   Bnews - Divulgação Adenilson Nunes/BNews

Publicado em 29/10/2018, às 09h55   Fernanda Chagas


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Eleição findada, o vencedor é o candidato do PSL, deputado federal Jair Bolsonaro com 55,13%. Fernando Haddad, candidato do PT, teve 44,87%. Antes mesmo do resultado, o senador eleito Jaques Wagner (PT) já antecipava que não classificava o nome do correligionário como uma escolha equivocada. 

“Pessoalmente, eu fiquei muito empolgado [com a escolha]. Ele não tem facilidade de fazer discurso mais duro, mas talvez, seja o perfil dele. Também não dá para você ficar falando besteirol e depois não ter como cumprir. Ele faz contas. E eu acho correto”, frisou, avaliando como uma postura do ponto de que vista de quem queria ser presidente de República, "bastante razoável".

Ele despreza ainda qualquer possibilidade de Haddad sair dessa campanha com a pecha de ‘bode expiatório’. “Nesse caso, é mais fácil eu sair do que ele”, disse o petista, que conversou com a imprensa em Salvador na reta final da campanha do segundo turno. 

Wagner estava entre os nomes cotados para ser o substituto do ex-presidente Lula como candidato, mas não aceitou.  O nome de Haddad, entretanto, só foi oficializado no dia 11 de setembro, data limite para os partidos substituírem candidaturas e, também, prazo final para conclusão de todos os julgamentos de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  A candidatura de Lula foi impugnada. 

Futuro do PT - Questionado sobre o futuro do Partido dos Trabalhadores (PT), Wagner afirma não ver dificuldade para o partido se organizar após a prisão de Lula, líder maior da legenda. Em sua visão, quem foi “abalroado não foi o PT”, pois houve uma “onda” antissistema geral. 

“De todos os partidos abalroados, com tanta porrada durante cinco anos na televisão, o PT é o que mais consegue está em pé. Não vejo dificuldade, ao contrário a organização do partido não vai para o chão. Os governadores vão ter um peso, [Rui Costa] vai ter um peso, Camilo Santana (eleito governador do Ceará), Wellington Dias (eleito pelo quarto mandato governador do Piauí), outras pessoas, os senadores...”, avaliou, referindo-se aos três governadores eleitos no Nordeste, dentre eles o governador reeleito da Bahia, Rui Costa. 

Com a vitória de Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte no segundo turno, o PT é o partido que elegeu o maior número de governadores nestas eleições, quatro no total.

“Quem foi abalroado não foi o PT. O PSOL cresceu, o PCdoB se manteve e o PT perdeu senadores, perdeu deputados, mas fez a maior bancada de deputados, fez governadores. Então teve uma onda antissistema geral e varreu com muito mais facilidade esses outros partidos. O PSDB tomou uma baqueada violenta. PDB, PP, PR, todo mundo", considerou o senador eleito. 

Porém, o líder petista defende um grande debate pós-eleições. “Se depender de mim, a gente tem que fazer um grande debate, não nesse sentido da autocrítica contra corrupção, porque, para mim já está claro o que aconteceu: as pessoas resolveram continuar caminhando com o mesmo regramento que era a política anterior e acabou explodindo e deu no que deu. Mas eu acho muito bobo ficar dizendo que o PT é o partido da corruptos, isso não sobrevive. A gente ganhou aqui na Bahia a eleição com 75% dos votos, Camilo ganhou a eleição no Ceará com 79% dos votos... Essa é a nossa autocrítica. Se tivéssemos feito a reforma política, não teríamos 35 partidos, 35 grupos de interesses, mas uns seis. Mas nós temos projeto para o Brasil. Qual projeto Bolsonaro tem para o Brasil. Qual a bandeira do PP, PR, do PTB, o vento que passou o nosso não levou do chão”, questionou, sem esconder o otimismo.

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