Eleições

Para especialistas, Neto se aproximará de Bolsonaro para minimizar efeitos do petismo na Bahia

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Para o professor-doutor da Ufba, Wilson Gomes, o partido de Neto "adora" o poder, mesmo quando não ganha as eleições   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 29/10/2018, às 11h38   Fernanda Chagas



Mesmo tendo um integrante do seu partido, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSC) para ser seu braço-direito no Palácio do Planalto, ocupando o Ministério da Casa Civil, o prefeito ACM Neto, que é presidente nacional da sigla, mantém o discurso de que não indicará ninguém para a nova gestão e que só vai apoiar o que for bom para o Brasil. 

"Se seremos base, ou não, do governo, vai depender da agenda que ele vai apresentar para o país. Se for uma agenda positiva, nós estaremos juntos e vamos ajudar o governo", frisou o gestor soteropolitano em entrevista exclusiva ao BNews

No primeiro turno das eleições, Neto chegou a gravar vídeo criticando Bolsonaro, bem como seus aliados. No segundo turno, entretanto, recuou e decidiu por aderir à sua candidatura. 

Para o professor-doutor da Universidade Federal da Bahia, Wilson Gomes, o discurso de Neto não condiz com a realidade. “O primeiro ministro confirmado de Bolsonaro, o homem de articulação do novo presidente, é um deputado do DEM. O prefeito declarou apoio quando poderia não ter declarado, afinal o partido liberou a bancada. Foi um ato de decisão, de quem lida com sua base de forma antipetista”, analisou. 

Diante desses fatores, para ele, é muito difícil imaginar que possa haver algum tipo de distanciamento nessa nova conjuntura. “O DEM é um partido que adora o poder, mesmo quando não ganha a eleição. Adora ser o ciclo do poder, só não foi quando o PT venceu as eleições e ele é o presidente nacional do partido. Sendo assim, não consigo imaginar nenhum conflito nisso, para que agora se distancie do poder, quando o apoio já foi oficialmente declarado”, reforçou. 

Na avaliação do professor de Direito Administrativo e procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Bernardo Guimarães, a relação da gestão de Neto com o novo governo ainda é uma incógnita. 

“Acredito que ele vá buscar um entendimento, uma aproximação grande com o presidente eleito. Levando em consideração a vitória acachapante do governador Rui Costa (PT) essa será a forma de minimizar os efeitos do petismo na Bahia”, frisou.

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