Eleições

Fim do prazo para abandonar cargos públicos deve resolver impasse sobre pré-candidaturas à Prefeitura de Salvador

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A Justiça Eleitoral obriga que o secretário que pretenda disputar o cargo tanto de prefeito, quanto de vice-prefeito, deve abandonar as funções com quatro meses de antecedência  |   Bnews - Divulgação Montagem BNews

Publicado em 01/06/2020, às 19h47   Pedro Vilas Boas


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Chega ao fim nesta quinta-feira (4) o prazo para que secretários estaduais e municipais se desincompatibilizem dos seus cargos para disputar a Prefeitura de Salvador. Com isso, o impasse sobre quem vai compor a chapa do grupo do atual prefeito, ACM Neto (DEM), também deve ser resolvido.

Na novela, três personagens: o vice-prefeito e secretário de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Bruno Reis (DEM); o secretário municipal de Saúde (SMS), Léo Prates (PDT); e a secretária de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), Ana Paula Matos (PDT).

A Justiça Eleitoral obriga que o secretário que pretenda disputar o cargo tanto de prefeito, quanto de vice-prefeito, deve abandonar as funções com quatro meses de antecedência. Portanto, nesta quinta, já que, ainda, as eleições municipais estão marcadas para ocorrer no dia 4 de outubro. A discussão sobre o adiamento do pleito está em voga.

"Desfiliação de fachada"

Em dezembro do ano passado, Léo Prates protagonizou uma cena que só surpreendeu a quem não acompanha o noticiário político local. Pediu, como previsível, desfiliação de seu então partido, o DEM, alegando "discriminação política pessoal". Citou o presidente estadual da sigla, deputado federal Paulo Azi, como pivô da separação. 

A movimentação foi avaliada como planejada para que o secretário municipal de Saúde deixasse o DEM por “Justa Causa”, nesse caso não traria como consequência a perda de seu mandato; Prates é deputado estadual licenciado. Outra avaliação nessa jogada, é que a ida ao PDT seria uma forma do partido presidido nacionalmente por ACM Neto cooptar uma sigla da base do seu principal adversário político, o governador do estado, Rui Costa (PT). Ressalta-se que o democrata e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) têm se alinhado nacionalmente visando as eleições de 2022.

A trama envolve também o presidente da Câmara Municipal, vereador Geraldo Júnior. Então no SD, o parlamentar chegou a ser cotado para vice na chapa de Bruno Reis e falou, publicamente, que decidiria se iria compor a majoritária ou tentar reeleição na CMS.  Mas, quando decidiu, finalmente, se filiar ao MDB em 3 de abril, deixou o caminho mais confortável para o secretário de Saúde, já que, a participação do vereador estava diretamente ligada a ida ao Republicanos.

"Fator Coronavírus"

Quando os analistas políticos acharam que o cenário se desenharia de uma forma, surge a pandemia do novo coronavírus. Com a nova situação mundial, óbvio, as lideranças de Saúde se destacaram e ocuparam quase o tempo todo de suas atividades públicas em solucionar e mitigar os efeitos da covid-19, doença causada pelo vírus.

Nos bastidores da política, a conversa é que soaria, no mínimo, estranho Prates abandonar o cargo em meio a pandemia. Semelhante a um ministro da Saúde abandonar sua função por causa de disputa política. Parecido com o que ocorreu envolvendo Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Nelson Teich.

Mas a pandemia também fez com que outro personagem surgisse na trama: a secretária da Sempre, Ana Paula Matos. Sem pretensões políticas, como já afirmou a jornalistas, acabou se filiando ao PDT - mesmo partido de Prates - e cotada como possível vice na chapa de Bruno Reis. Matos, além de contemplar o PDT, abarcaria o fator “presença feminina” na chapa, discussão que veio ganhando força na política local e principal trunfo do governador  Rui Costa.  

Mais pré-candidatura

A novela envolvendo a base do prefeito ACM Neto (DEM) parece estar chegando ao fim. Quem também está com a trama mais definida é o grupo do governador Rui Costa (PT), que oficializou uma pré-candidatura após meses de indefinição, a policial militar Denice Santiago, mas ainda tem outros personagens que fazem parte da base querendo participar da disputa.

Esses não precisam se preocupar com o prazo de desincompatibilização. É o caso de Denice - que abandonou a função de major na Ronda Maria da Penha e se filiou ao PT em março -, dos deputados federais Pastor Sargento Isidório (Avante) e Lídice da Mata (PSB), além da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB). Os parlamentares não precisam se afastar dos cargos.

Ainda aparecem na disputa pela prefeitura de Salvador Irmão Lázaro (PL) - que também chegou a ser especulado como vice de Bruno Reis -, Hilton Coelho (PSOL), Bacelar (Podemos), Cezar Leite (PRTB), Eleusa Coronel (PSD) e Niltinho (PP).

Classificação Indicativa: Livre

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