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Eleição comprova força do PT em Salvador e fracasso da pulverização de candidaturas, avaliam petistas

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Na noite deste domingo (15), após o discurso emocionado de Denice, o presidente do PT, Ademário Costa, fez uma análise da conjuntura da eleição para a legenda e falou dos desafios para os próximos anos  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 16/11/2020, às 12h18   Luiz Felipe Fernandez


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Confirmada a derrota de Major Denica (PT) na disputa com Bruno Reis (DEM) pela prefeitura de Salvador, chega a hora de avaliar a estratégia adotada para o pleito e o saldo dos quase 230 mil votos conquistados. 
A pulverização de candidaturas da base se mostrou ineficiente frente ao poder da máquina e da boa avaliação da gestão de ACM Neto, que emplacou o seu sucessor com facilidade: 64,20% dos votos, recebendo cerca de 550 mil a mais do que a petista.

Na noite deste domingo (15), após o discurso emocionado de Denice, o presidente do PT, Ademário Costa, fez uma análise da conjuntura da eleição para a legenda e falou dos desafios para os próximos anos. 
Para ele, os 18,8% de votos em um quadro "construído" ainda este ano, em meio a uma disputa interna com nomes consolidados, representa a força do Partido dos Trabalhadores e o respaldo para liderar um movimento de unificação da esquerda na capital baiana.

O presidente municipal do partido explicou que é preciso que, respeitando a autonomia de cada partido, todos passem a "pensar de forma mais coletiva" e "generosa", em um projeto "alternativo" de futuro para a cidade. 
Ele discordou ainda que a fama do partido de "querer apoio e não apoiar", já que o PT optou por endossar diversos candidatos no interior da Bahia em vez de lançar um nome próprio, como ocorreu em Salvador.

Em meio à pandemia de Covid-19, pondera Ademário, o PT perdeu o que ele considera ser "fundamental" para as campanhas, que é o movimento nas ruas, passeatas, caminhadas e o "encontro na favela, nas periferias". Mesmo com as dificuldades, a sigla sai do pleito com a certeza de ter um "novo quadro político".

Secretária de Igualdade e Promoção Racial, Fabya Reis, que coordenou campanha da major, fez avaliação semelhante. Apesar da autonomia dos partidos ter sido fortalecida, ela reconheceu que a estratégia fracassou, já que os votos recebidos por todos os postulantes da base não foram suficientes para levar a briga para o segundo turno.

Fabya, no entanto, rechaçou a culpa "unilateral" de Rui Costa (PT), ausente no comitê neste domingo (15), no discurso de Denice que reconheceu a vitória de Bruno Reis (DEM), e disse que o governador tentou unir a base em torno da candidatura petista, mas que no fim respeitou as decisões das siglas.

"Esperávamos que todas as candidaturas da base, no seu trabalho, tivessem um bom desempenho. Isso na totalização a gente viu que não foi possível. Entendo que é sempre importante respeitar esse processo mas também é sempre possível, olhando o retrovisor, ter o entendimento que se todas as candidaturas se alinhassem ao plano do PT, a gente construísse essa ampla aliança, poderíamos ter saído mais fortalecidos [...] não existe responsabilização unilateral do governador, esse diálogo foi feito partido a partido", defendeu a secretária.

Sobre a estratégia adotada durante a campanha, que evitou o embate direto com Bruno Reis (DEM) e associação direta da figura de ACM Neto a Jair Bolsonaro, Fabya Reis afirmou que inicialmente era preciso apresentar Denice e o seu projeto e que nunca foi a prioridade apostar em acentuar esta polarização. Contudo, disse que fez parte da campanha, principalmente nas redes sociais, lembrar os pontos em comum da candidatura do DEM com os interesses do Governo Federal.

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