Eleições

Preocupados, petistas se reúnem para elevar a moral

Imagem Preocupados, petistas se reúnem para elevar a moral
Diante do cenário atual, direção do PT convoca candidatos para alinhar discursos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/08/2012, às 07h03   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


FacebookTwitterWhatsApp

A direção do PT na Bahia promoveu o encontro, na manhã desta segunda-feira (13), no Hotel Fiesta em Salvador, dos candidatos a prefeito e vice-prefeito do partido com algumas lideranças para discutir o alinhamento do discurso e dar subsídio para os postulantes enfrentarem seus adversários diante do desgaste do partido no estado.

O presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, reconhece a existência do que define como um “cerco da direita e da mídia que tenta impedir o crescimento do projeto petista no estado”. Neste sentido, os parlamentares e dirigentes partidários dedicaram suas falas às realizações dos governos Jaques Wagner, Dilma Rousseff e Luís Inácio Lula da Silva.

O secretário nacional do partido, Paulo Frateschi, fez uma avaliação de cenário diferente, no qual a relação entre PT e sociedade não está estremecida. De acordo com ele, o momento do PT é fantástico. “Nós tínhamos o objetivo de apresentar candidato na maioria das cidades onde tivéssemos condições de disputar com força”.

Frateschi revelou que o PT apresentou 1.781 candidatos a prefeitos no Brasil. 1.630 a vice e quase 40 mil postulantes a vereador. “Nós definimos como sendo necessário vencer a eleição em 118 cidades com mais de 150 mil eleitores. Dentre estas estão São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Florianópolis e Recife”.

Cenário

Nos gráficos apresentados pelo secretário de Relações Institucionais, Cézar Lisboa, pode ser visto que o PT é o partido com o maior número de candidaturas no estado. Confirmadas, são 205 para prefeito e 140 vice. O PSD que ocupa o segundo lugar tem 138 postulantes no estado.

Entre os opositores, DEM tem 27 candidatos a prefeito, enquanto o PSDB apresentou 24. O PMDB disputa o pleito na cabeça da chapa em 114 cidades baianas. Jonas Paulo destacou ainda o acordo firmado com Lúcio Vieira Lima, presidente do PMDB baiano, em 55 municípios.

“Nós seremos apoiados pelo PMDB em 31 cidades e vamos apoiá-los em 24. Destas 31 o acordo será decisivo em 25 ou 26, enquanto nas 24 que damos o apoio, a aliança deve eleger entre 17 e 19 prefeitos. Isto quer dizer que existe uma base histórica do PT e do PMDB que foi formada na disputa com os Carlistas que não será modificada com uma canetada minha ou da direção do PMDB”, analisou.

Coube ao presidente estadual apresentar os números das parcerias com outros partidos no estado. O PT vai apoiar 32 candidatos do PSD, 30 do PDT, 28 do PP, 24 do PMDB, 22 do PSB e 14 do PCdoB. No caminho inverso, dos partidos que apóiam candidaturas petistas, os comunistas encabeçam a lista. Em 104 cidades, o PCdoB marchará com o PT, o PSB em 97, o PSD em 80, o PDT em 70 e o PP em 57.

O quadro é fruto dos meses de negociação do conselho político dos presidentes de partidos aliados ao governador Jaques Wagner. “Esta eleição orienta e define a de 2014. Estamos disputando de uma forma ou outra a prefeitura em 414 municípios e é fundamental nos concentrarmos para reafirmar o nosso projeto”.

Baixa estima

Na mesa do evento sentaram-se deputados federais, estaduais, secretários de estado, o senador Walter Pinheiro e dirigentes partidários. Para se ter uma idéia, dos cinco nomes cotados para a sucessão de Jaques Wagner, apenas José Sergio Gabrielli (Planejamento) não marcou presença.

Rui Costa (Casa Civil), Moema Gramacho (prefeita de Lauro de Freitas), Luiz Caetano (de Camaçari) e o senador Pinheiro utilizaram seus discursos para levantar a moral dos candidatos ali presentes. As obras realizadas ou projetadas, os benefícios trabalhistas e ganhos salariais obtidos nos governos Lula e Wagner foram listados para servir de argumento para os postulantes.

Uma das mais efusivas foi a prefeita Moema. Como em um comício político, a gestora tratou de afastar o marasmo e aos brados levantou a bola dos candidatos. “Precisamos fazer a campanha com caminhadas, indo de casa em casa para deixar claro qual o nosso projeto e a diferença dele para os outros”.

Desgaste

A relação do governo petista com os movimentos sociais está desgastada. Após as greves de servidores públicos estaduais e federais é inegável que o diálogo entre partido político e os sindicatos e associações de trabalhadores está estremecido. Contudo, entre os dirigentes há uma concepção de que a porta para qualquer organização social deve continuar aberta, ser aberta.

“O movimento social trabalhista é a nossa mãe e o nosso pai. Nós (PT) viemos dele e somos fruto dele”, declarou o secretário Fratechi. Para Zezeu Ribeiro, a hora é de preservar a relação e estreitar para não perder o contato com aquilo que forjou o partido.

Luiz Caetano foi além e disse que ele acredita que o governador Wagner deveria ir para a televisão pedir desculpas e entrar de vez na campanha. “Lula, Dilma e Wagner são os principais lideres deste processo e precisam estar na linha de frente. Não dá para aceitar nenhum afastamento neste instante. Nós precisamos deles.”

Fotos: Roberto Viana // Bocão News
Nota originalmente publicada às 14h do dia 13

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp