“Dizer que quem foi perseguido vai perseguir. Isto é bobagem”, critica Lídice

Publicado em 27/10/2012, às 09h55 Luiz Fernando Lima (Twitter @limaluizf)

Diversas pessoas fizeram um protesto na frente da Rede Bahia na noite da última sexta-feira (26) antes do debate entre os candidatos ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT), que disputam a cadeira ocupada atualmente por João Henrique no Palácio Thomé de Souza.Os manifestantes estava devidamente fardados com as camisas pedindo votos para o representante do DEM ou criticando Pelegrino, além de segurarem faixas de repúdio ao petista, principalmente, abordando a greve dos policiais e professores.

Estas duas categorias, somada a outras vinculadas ao serviço público, são responsáveis pelo ambiente da campanha. Geralmente, o candidato que contagia o funcionalismo consegue uma dianteira de difícil superação. Contudo, não dá para afirmar que estes trabalhadores de carreiras estejam “fechados”com o representante do DEM, tampouco que aquele movimento, com não mais que 30 pessoas, representa o pensamento do servidores do estado e do município.

Para além, é natural que os trabalhadores se posicionem criticamente na relação com os atuais gestores. No caso, o governo estadual, administrado por Jaques Wagner está na linha de frente. Para a senadora Lídice da Mata (PSB), que quando prefeita de Salvador (1993-96) enfrentou diversas greves, esta reação dos servidores está relacionada com o momento reivindicatório.

“O exemplo mais clássico da Bahia é o que aconteceu com João Durval. Nós ganhamos o governo da Bahia com Waldir (Pires) com mais de 1 milhão de votos de frente com o apoio significativo do funcionalismo público àquela época. Até hoje, com tudo o que aconteceu, o funcionalismo se refere aos dias de João Durval como os melhores que o funcionalismo teve, mas não pensavam assim quando João Durval era governador, pensaram depois”.

De acordo a senadora, a postura do funcionalismo é a de reivindicar constantemente e de forma legítima. “Fica muito difícil ele fazer uma análise do governo sem comparar. Estando fora, depois que passa o governo, eles reconhecem aquilo que foi feito. Quando passa o tempo é que ele pode comparar as ações de governo. Isto é normal. Quando está sobre a forte emoção da disputa é impossível. É o fenômeno político”.

Lídice também comentou as críticas feitas pelo candidato do DEM a respeito do conceito de alinhamento proposto pelo Pelegrino desde o início da corrida eleitoral. Neto tem se referido a este discurso como algo que remete a ameaça, a chantagem, algo que é extremamente incoerente do ponto de vista da senadora socialista.

“O que se tem dito é que não é apenas o alinhamento de estar Lula, Dilma, Wagner e o candidato. Não é este tipo de alinhamento que ele está propondo, o que Nelson disse em vários debates foi que é preciso trazer para a Bahia os programas e propostas que estão dando certo e mudando a vida no Brasil e também na Bahia”.

Na condição de membro importante do núcleo de campanha petista, Lídice, utiliza como exemplo a atual administração municipal que tem deixado de implantar diversos programas federais por falta de organização gerencial ou de priorizar a realização destes projetos. Neste sentido, a senadora explica o que entende como necessário para Salvador.

“Então, não adianta o governo federal ter uma política pública importante se o prefeito não tiver o mesmo compromisso político para realizá-la. Isto não tem a ver com a repetição de um mantra que tem votar num candidato que é igual ao candidato do governo. Eles é que diziam isto, inclusive, na minha eleição. Foram eles que disseram isto a vida inteira, e foram eles que usaram a prática de perseguição. Está se fazendo uma manobra para dizer que quem foi o perseguido agora vai ser o perseguidor. Isto é uma bobagem”.

Fotos: Roberto Viana e Gilberto Júnior // Bocão News

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