Eleições

Mulher é denunciada por não pagar boca de urna que seria para Valmir Assunção

Gilberto Jr/Bocão News
Bel mora no bairro de Pero Vaz e teria prometido dinheiro a "recrutas" que comprariam votos na região  |   Bnews - Divulgação Gilberto Jr/Bocão News

Publicado em 05/10/2014, às 08h51   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)



Uma denúncia anônima de que uma mulher conhecida como Bel, no bairro de Pero Vaz, em Salvador, teria recrutado algumas pessoas para fazer boca de urna chegou ao Bocão News na manhã desse sábado (4), véspera das eleições. Segundo o denunciante, Bel pagaria hoje a pelo menos 13 pessoas que teriam a incumbência de comprar votos no bairro para um candidato a deputado federal, que seria o petista Valmir Assunção.  “Ela chamou todos para pagar aqui, mas quando chegamos ela disse que cancelou tudo por deram com a língua nos dentes. Todos ficaram revoltados, porque muitos deixaram de trabalhar para outros candidatos para ficar com o [candidato] dela. Agora, saiu aqui dizendo que ia levantar dinheiro para calar a boca da gente”, relatou o informante anônimo.

A reportagem conseguiu o telefone da denunciada, que admitiu trabalhar para Assunção, mas negou, a princípio, o aliciamento de eleitores. “Estou indo ali no Rio Vermelho, depois eu falo”, finalizou o primeiro contato com nossa reportagem. Em uma segunda ligação que fizemos, Bel confirmou: “Eu não estou fazendo boca de urna ainda, não. Estou com 150 fichas que vou distribuir hoje”. Questionada sobre o valor, respondeu: “É quarenta reais para cada um”. Ela ainda disse que a quantidade e o valor teriam sido acordados com uma mulher de prenome Paula. Admitiu ainda que estava se dirigindo ao comitê do deputado e candidato a reeleição, que está sediado no Rio Vermelho.


A assessoria de comunicação do parlamentar negou ter vínculo com alguém conhecida como Bel e que não faz esse tipo de pagamento, que é proibido por lei. “Ninguém aqui no mandato ou na equipe de campanha conhece essa Bel. Paula também não temos nenhuma”, informou a assessoria de Assunção.


“A gente não sabia para quem ia trabalhar. Mas sabia que ela era ligada a Valmir. Ela é uma picareta, isso sim. Muita gente estava confiando nesse dinheiro até para comprar comida aqui”, disse  o anônimo, que revelou quanto receberia de Bel para comprar os votos: “Era pra eu receber 500 fichas, cada uma sairia no valor de 50,00 reais, o que daria 25 mil reais. Tirando 10,00, compraria [o voto] por 40,00 e sobraria aí uns 5 mil reais. Esse seria dividido entre eu e ela”.

O Bocão News obteve fotos dos documentos que seriam  o controle de quem trabalharia para o "esquema", constando nomes, endereços, dados como número de telefone, CPF, título de eleitor, zona eleitoral e outras informações de envolvidos. 

Nota originalmente postada dia 4

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