Emprego
Publicado em 16/07/2022, às 06h30 Juliana Barbosa
As mulheres representam pouco mais da metade (55,5%) dos empreendedores nascentes, que são aqueles donos de negócios com até três meses de vida. Entre os empreendedores iniciais, com empresas até 3,5 anos de vida, elas somam 46% do total, segundo dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM).
Impulsionadas pela pandemia
Afetadas financeiramente pela crise econômica iniciada pela covid-19, as mulheres acabam traçando o caminho do próprio negócio, que, como ressalta Val Schiller, não é simples: “Minha experiência com a gastronomia afetiva chegou com nossa pandemia familiar em 2016 quando me vi com 42 anos, com graduação e mestrado, mas sem experiência profissional comprovada. Vivi 20 anos de um casamento itinerante, criando meus filhos e acompanhando meu ex-marido. ”
Val é gaúcha e mora em Salvador há 12 anos. Explica que foi através das redes sociais que o negócio se expandiu: “Trabalhando em várias áreas para completar minha receita, com uma filha entrando na faculdade, passei a enfrentar os efeitos da covid 19. Perdendo o emprego em três das empresas onde trabalhava, foi pelo Instagram que iniciamos, eu e minha filha, nossas primeiras vendas. Resgatamos receitas afetivas de infância da cultura alemã. ”
“Nada foi fácil no início. Empreender no Brasil não é tarefa fácil ainda mais com poucos recursos para fundo de reserva e principalmente de orientação quanto a administração financeira, de mídias sociais, precifixação e formalização. Isso para citar apenas algumas dificuldades que nós mulheres enfrentamos.”, diz Val.
O contexto desafiador para mulheres no mercado de trabalho pode repercutir em maiores esforços na hora de pensar estratégias para que o empreendimento dê certo: “Empreendemos só eu e minha filha. Com a ampliação da empresa, minha mãe também passou a integrar o time. A questão principal além de desejar empreender era não. Ser mais do mesmo. Precisávamos de um diferencial. Estudamos o mercado, fizemos pesquisas e enquetes e descobrimos um nicho ainda não explorado.
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A qualidade e o sucesso nas redes sociais foram um dos fatores de destaque da loja, além dos Produtos 100 artesanais, típicos da gastronomia do sul do Brasil acondicionados em box personalizadas. “Dentro de um ano crescemos muito ao ponto de abrirmos nossa 1° loja física."
Val diz que o intuito agora é repassar o aprendizado: 'Hoje por ter mestrado em desenvolvimento social e por ter enfrentado tantos desafios tenho me dedicado a dar consultoria e treinamento para mulheres que estão recomeçando suas jornadas e queiram empreender”, finaliza Val, ao falar sobre a “Confraria das Belas”, uma página no Instagram que faz o intermédio entre com suas alunas.
Juliana Maske sempre sonhou em ser empreendedora. Hoje o sonhou se tornou realidade com uma loja de pijamas e moda íntima em Joinville, Santa Catarina. “Eu sempre fui muito proativa nas empresas que eu trabalhava e pensava como dona de empresa e quando decidir colocar empreender eu só fui. Meti a cara e encarei o empreendedorismo. Estou a quase 3 anos trabalhando sem vínculos CLT, 2 anos como empresa própria. No começo foi um grande desafio me expor nas redes sociais, perder a vergonha de aparecer e ignorar totalmente o que pensavam sobre mim e sobre a loja. ”, explica Juliana.
“Agora eu sinto que tenho mais liberdade de expressar o que eu sinto e tenho muito bem alinhado para quem eu quero falar. Comecei minha loja assim, uma arara de PVC, um quarto dividido com a lavanderia dentro de casa. Em 2 meses assim, eu consegui me bancar 100% sem precisar de outro emprego.
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Juliana ressalta que o sucesso da loja é tão grande e estável que até o marido decidiu se juntar a ela: “Meu marido pediu as contas do trabalho para trabalhar 100% comigo. ”
Tanto Val quanto Juliana destacaram que o pós-venda e uma boa rede de relacionamentos online faz toda diferença. E, superando os desafios, ambas conseguiram ir além do espaço virtual.
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