Quem por acaso passa por este senhor alto e circunspecto, andando tranquilo pelo calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro, pode nem imaginar, mas acabou de cruzar com um dos últimos personagens vivos da geração que, há 50 anos, transformou, de maneira definitiva, a música popular brasileira.
De acordo com o A Tarde, o músico Normando Santos, cantor, violonista e compositor pernambucano que participou ativamente do grupo fundador da bossa nova, há 50 anos, transformou, de maneira definitiva, a música popular brasileira. Já em 1964, pouco depois do golpe militar, se mudou para Paris e lá permaneceu até os dias atuais.
Ciente de que tinha sido “esquecido“ pela história oficial, Normando gravou um disco, Balanço Com Bossa, e nele incluiu suas composições, mais algumas parcerias – inéditas, com Vinícius de Moraes, Ronaldo Bôscoli e Billy Blanco – e voltou ao Brasil, em busca do reconhecimento que lhe fora negado.
“Estou aqui agora por causa desse CD. O que aconteceu foi que, há algum tempo, vi na internet um filme sobre a bossa nova. Nele tem uma cena com o Roberto Menescal mostrando aquele famoso apartamento da Nara Leão. E aí ele vai dizendo os nomes das pessoas que tinham passado por ali. E ele citou um monte de gente, menos eu”, relata Normando.
Para surpresa de muitos, o bossa-novista afirmou que até fez uma música “para Ivete Sangalo cantar”. “Tô doido para mandar uma música minha para ela. Chama Bunda a Beça, e tenho certeza que se ela cantar, vai ser um estouro. Tem um breque que é demais, mas não sei como chegar nessa moça. Se você conhecer alguém da produção dela, pede para se comunicar comigo”?, disse ele à reportagem do A Tarde.
