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Timbalada deve sofrer protesto e criminalista faz alertas sobre manifestação

Publicado em 17/12/2016, às 13h26   Rafael Albuquerque


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Não é novidade que a chegada da cantora Millane Hora na Timbalada causou bastante polêmica. A ex-The Voice não foi recebida da forma que a banda esperava. Apesar de o estranhamento e as críticas serem naturais, não se imaginou que ela seria vítima de agressões verbais e injúria racial. No primeiro ensaio desta temporada, a artista alagoana foi vítima de injúria racial, conforme depoimento de pessoas que assistiam ao show e que não faziam parte do movimento. Diante dessa insatisfação, alguns fãs e admiradores do grupo criado por Carlinhos Brown reuniram outros argumentos para justificar a revolta.

Eles criaram a hashtag #DevolvamnossaTimbalada, que já circula nas redes sociais e pretendem reivindicar na frente do Museu du Ritmo neste domingo (18), quando acontece o segundo ensaio da banda.


O pleito dos chamados timbaleiros inclui espaço justo para os ensaios e público presente; cobrança justa por ensaio; seguranças dignos e respeitosos e em número suficiente pra quantidade de gente; volta dos instrumentos que fizeram ser o que é (o novo não pode desmerecer o passado da mesma); retorno do Timbal de Denny; respeito a carga horária de trabalho dos músicos; respeito aos fãs clube da banda e abertura de um canal de diálogo com a diretoria; audições para escolha dos vocalista com o voto da plateia tendo o maior peso ( pode ser cobrado esse evento até 40 reais).

As músicas cantadas pelos candidatos só podem ser da Timbalada; evitar a predominância do estilo pop que descaracteriza nossa banda; resgate das músicas antigas da Timbalada; construção de uma carteira de associado para a nação Timbaleira; retorno dos timbais como instrumento central; e trio de qualidade e espaço que não destrate os timbaleiros no bloco.

Os pontos criticados não estão em questão, até porque os fãs têm suas insatisfações e o direito de tecer suas críticas, mas o advogado criminalista Fabiano Pimentel chama atenção para que os protestos não extrapolem a legalidade: "o inciso XVI do artigo 5º da Constituição Federal diz o seguinte: 'todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente'. Só que o especialista em direito penal alerta que o direito à manifestação não é absoluto, ou seja, não pode atingir outros direitos previstos na lei.

"Vou dar exemplo do que aconteceu recentemente em Brasília. Os manifestantes atingiram os direitos de outras pessoas quando agrediram pessoas, danificaram o patrimônio público, etc. Saiu na imprensa que no primeiro ensaio da banda a cantora foi chamada de "branquela" e "aguada", o que configura injúria racial, um crime previsto no código penal. Outro problema é que circula nas redes a utilização indevida da marca, com o símbolo da banda modificado, e a comercialização de camisas com esse símbolo de protesto por R$ 20. Isso configura outro crime previsto na lei de propriedade industrial", complementou Pimentel.

Diante da proporção que tomou a situação, o causídico explicou que medidas devem ser tomadas para que não haja problemas neste domingo: "a Timbalada, sem dúvidas, deve tomar as devidas providências judiciais para resguardar a marca da banda e a honra de seus funcionários, inclusive da cantora. E lá no dia da festa se houver problemas, em especial envolvendo crimes como injúria racial, é caso de polícia. Acho que eles devem se resguardar".

Por enquanto a diretoria da banda ainda não se manifestou, mas nos bastidores a informação é de que a equipe do Cacique Brown e Gilson Freitas está empenhada em resolver o impasse sem entrar em atrito com os timbaleiros.

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