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Banda Eva faz apresentação impecável na Concha

Publicado em 27/10/2011, às 12h00   Rafael Albuquerque



Tudo começou há cerca de dez anos. Eis que ao deixar a Banda Eva, a cantora Emanuele Araújo abriu espaço para um dos maiores destaques da música baiana ter seu lugar ao sol. Trata-se de Saulo Fernandes, que a cada dia prova que é merecedor do status de grande intérprete e puxador de trio espetacular. Meio acanhado, recém saído da tímida Chica Fé, o rapaz assumiu com personalidade os vocais do Eva e deixou seu rastro. Sem perder a origem do axé music, Saulo conseguiu transformar o Eva em um caldeirão de ritmos – samba, reggae, pop, axé, pagode, etc, mas com a essência de umas das principais bandas da história da música baiana. Tem gente que nem sabe, mas a origem do nome EVA é Estrada Velha do Aeroporto. O que muita gente sabe, é que com a entrada de Saulo Fernandes no Eva a banda foi revigorada. E o show na Concha Acústica do Teatro Castro Alves na noite desta quarta-feira (26) confirmou: Saulo desponta como um dos principais artistas baianos. O evento era beneficente e a casa estava lotada. Ingressos? Não deu para quem quis. Na bilheteria a inteira era R$ 40 e a meia R$ 20. Esgotou. Nos cambistas, o menor preço era R$ 50 – e ainda por cima era cortesia. A inteira não saia por menos de R$ 60. Considerando que no evento somente o Eva ia tocar e que era numa quarta-feira, meio de semana, e fim de mês, quando o povo está sem dinheiro, chega-se à conclusão que a dimensão que a banda tomou nos últimos anos é inimaginável.



No show nada de espetacular. Cenário bem arrumado e figurino impecável. O extraordinário mesmo foi a apresentação; a calma com que Saulo executava a canção; a melodia que era – e assim foi por diversas vezes – complementada pelo coro da multidão presente; e o carisma de Saulinho, como foi carinhosamente apelidado pelos fãs e admiradores. Além do que, por ser um show beneficente, tinha uma preparação toda especial. Saulo recebeu no palco o cantor e compositor Magary Lord, com quem cantou o sucesso “Circulou”, e algumas das crianças que serão beneficiadas. O repertório não foi de carnaval. E nem poderia ser. Quem foi à Concha Acústica, queria curtir o Eva do “Só por ti”, “Não precisa mudar”, “Anjo” e “Nosso amor é lindo”, sem deixar de lembrar do projeto Conexão Nagô Rede Tambor, cujas músicas foram acompanhadas de forma mais tímida, porém não menos empolgada. É claro que o Eva do carnaval não ficaria de fora, principalmente quando entoou o refrão “Minha pequena Eva, o nosso amor na última miragem, além do infinito vou voar”. O público realmente foi ao delírio e correspondeu de forma positiva e bastante participativa durante todo o show. Foram duas horas, das 7h às 9h, de muita música boa e diversão.


Fotos: Rafael Albuquerque - Bocão News
Matéria publicada dia 27 às 2h41

Classificação Indicativa: Livre

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