Entretenimento

Claudia Leitte na berlinda por evocar a democracia racial com a Negalora

Imagem Claudia Leitte na berlinda por evocar a democracia racial com a Negalora
Blog Correio Nagô publicou texto criticando a postura da cantora carioca   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 13/12/2011, às 11h37   Rafael Albuquerque


FacebookTwitterWhatsApp

O blog Correio Nagô publicou nesta segunda-feira um texto ácido com críticas pertinentes ao trabalho da cantora Claudia Leitte. Na realidade, as alfinetadas são com relação a tal personagem Negalora (é assim mesmo que se escreve), que segundo a artista foi um insight de Carlinhos Brown, e que será o tema de seu novo DVD, a ser gravado na noite desta terça, no Teatro Castro Alves. O texto, assinado por Guellwaar Adún, discorre sobre a apropriação – indébita, neste caso, de ícones da cultura negra pela cantora carioca: “A Sra. Milk, nessa campanha, não se apropria apenas de signos ou ícones da cultura Negra, à exemplo de indumentárias, musicalidades, danças e ritmos da mulher Negra brasileira. Seus publicitários foram muito mais competentes que isso. Nessa campanha, que evoca a ultrapassada e supostamente insustentável tese da democracia racial, a apresentam como a “Mulher Negra” em si; portanto, trata-se da constituição de um índice. Do ponto de vista simbólico isso é muita coisa. A Claudia Leite agora é a NêgaLôra da Bahia”.


Com uma ótima totalmente diferenciada, matéria da revista Contigo!, que traz Claudia na capa, explora o projeto inovador da artista, que revela: Sou neguinha por causa de minhas raízes. Minha essência não só musical, mas também da educação que recebi. Negalora vai para todos os lugares comigo, representa um lado que muitos ainda não conhecem”. Por outro lado, o texto do blog Correio Nagô diz: “Não estaria CL dizendo simplesmente que pode ser o que ela quiser, até cantora Negra, se lhe der na telha? É a síndrome do ‘posso tudo’ das sinhazinhas baianas e brasileiras”.


Eis que mais uma vez a cantora Claudia Leitte, que é muito esforçada – diga-se de passagem, está no olho do furacão. Dessa vez não por causa de um outdoor com a escrita errada (Aristides com H no início?), mas por causa de uma questão conceitual, histórica, que ultrapassa as barreiras da publicidade e recai sobre aspectos históricos da cultura afro-brasileira.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp