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Em comum acordo, Editora Record e Rodrigo Constantino acertam rescisão

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Escritor também foi dispensado da Jovem Pan e outras mídias após comentário sobre estupro  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter

Publicado em 07/11/2020, às 07h57   Yasmin Garrido


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O Grupo Editorial Record divulgou, na noite desta sexta-feira (6), que, em comum acordo, deu prosseguimento a rescisão de contrato com o escritor e colunista Rodrigo Constantino. A decisão aconteceu após ele afirmar que não denunciaria um hipotético estupro da sua filha, dependendo das condições em que o crime tivesse ocorrido.

Este foi o quinto emprego que ele perdeu em apenas uma semana. Também decidiram demitir o escritor a Jovem Pan, a Rádio Guaíba, o Jornal Correio do Povo, este dois últimos pertencentes também ao Grupo Record, onde ele escrevia ainda no portal R7 e fazia comentário na rádio Record News.

O comentário de Rodrigo Constantino que levou às demissões foi divulgado durante uma transmissão ao vivo no canal do carioca no YouTube, sobre o caso Mariana Ferrer, a jovem catarinense que, após ver o suposto estuprador se livrar da sentença condenatória, ainda foi constrangida pelo advogado de defesa do empresário.

"Minha filha chega em casa e fala: 'Ah, fui para uma festinha, eu e três amigas. Tinham 18 homens, nós bebemos muito. Eu estava ficando com dois caras, acabei dormindo lá e fui abusada'. Ela vai ficar de castigo feio. E eu não vou denunciar um cara desses. Eu vou dar esporro na minha filha, porque em alguma coisa ali ela errou feio", disse o escritor.

Celebridades, jornalistas, influenciadores digitais e anônimos se uniram para reprovar o comentário de Constantino. "Coitada de sua filha e de você, que nunca vai saber de verdade o que é ter filhos. Eles nunca compartilharão a vida deles com um ser vivo desses", disse a cantora Anitta.

O jornal paranaense A Gazeta do Povo foi a única mídia que não demitiu o escritor e comentarista. "Cumpre-nos reafirmar aqui o nosso compromisso com a liberdade de expressão", comunicou. Alguns anunciantes já avisaram que vão deixar o jornal, entre eles a Loft.

"A decisão do veículo contrasta com outros meios que desligaram o colunista após estas declarações, como Rádio Jovem Pan, Record, Correio do Povo e Rádio Guaíba", diz a empresa. "A Loft se reserva o direito de direcionar seu investimento em publicidade a veículos que não compactuam com qualquer posicionamento que enxergue atenuantes circunstanciais no cometimento do crime de estupro, conforme previsto no artigo 213 do Código Penal".

Confira a íntegra do comunicado da Loft
"A Loft tomou conhecimento nesta tarde de carta publicada pela Gazeta do Povo em que o veículo comunica sua decisão de manter em suas fileiras o colunista Rodrigo Constantino.

Isso após o mesmo ter feito declarações responsabilizando as vítimas de estupro e isentando o estuprador, dependendo das circunstâncias.

Diante desta carta, a Loft informa que decidiu nesta sexta-feira, 06 de novembro de 2020, suspender por período indeterminado, a veiculação de anúncios publicitários de sua marca no jornal Gazeta do Povo.

A decisão do veículo contrasta com outros meios que desligaram o colunista após estas declarações, como Rádio Jovem Pan, Record, Correio do Povo e Rádio Guaíba.

A Loft se reserva o direito de direcionar seu investimento em publicidade a veículos que não compactuam com qualquer posicionamento que enxergue atenuantes circunstanciais no cometimento do crime de estupro, conforme previsto no artigo 213 do Código Penal.

A Loft defende incondicionalmente o respeito e a proteção às mulheres vítimas de violência".

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