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“Espero que a família dê continuidade aos trabalhos”, diz nora de Cira do Acarajé

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Quituteira foi sepultada na manhã deste sábado, em Itapuã  |   Bnews - Divulgação Dinaldo SIlva/BNews

Publicado em 05/12/2020, às 12h28   Nilson Marinho e Yasmin Garrido


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Uma das personalidades mais consagradas da cultura baiana, Cira do Acarajé foi sepultada, na manhã deste sábado (5), no Cemitério de Itapuã, em Salvador, sob forte comoção de amigos e familiares. A nora da quituteira, Ana Paula Almeida da Cruz, que tem 41 anos e trabalhou ao lado da sogra por mais de 20, disse ao BNews que espera que a família dê continuidade ao legado da baiana.

“Meu relacionamento com ela sempre foi muito bom. Dona Cira era uma pessoa que ajudava a todo mundo, desde funcionários à família. Minha filha, que é neta dela, tem 23 anos e sempre teve tudo, plano de saúde, escola e faculdade pagos. Nunca faltou nada. A gente espera que a família dê continuidade ao legado dela, que não deixe isso se perder”, disse.

Ainda segundo Ana Paula, os tabuleiros de Cira já estavam quase todos sob o comando de familiares. “O trabalho começou a ficar demais e eu sugeri que ela fizesse a divisão. Então, o de Vilas do Atlântico ficou com uma filha, o de Lauro de Freitas com uma neta, enquanto ela administrava somente Rio Vermelho e Itapuã”, contou.

A nora ainda contou que, antes de morrer, Cira não teve tempo de fazer um pedido especial, mas sempre repetia que, se um dia partisse, gostaria que Ana Paula cuidasse do filho dela, que é especial e tem 15 anos. “É muito caro cuidar de um adolescente nas condições dele, mas eu tenho certeza que a família vai conseguir honrar esse desejo”, finalizou.

Morte
Jaciara de Jesus Santos, mais conhecida como Cira, uma das baianas de acarajé mais conhecidas do Brasil, morreu na manhã desta sexta-feira (04), aos 70 anos. De acordo com informações obtidas pelo BNews, ela estava internada no Hospital São Rafael há 18 dias.

Baiana de tradição, com mais de 50 anos dedicados à profissão, Cira recebeu, no ano passado, o prêmio de Melhor Acarajé pelo júri Veja Comer e Beber, o 16º da carreira dela. A arte de preparar o acarajé, com vatapá, molho de pimenta, salada de tomate e generosos camarões secos, Cira aprendeu com a mãe. Mas, no começo de tudo, a massa era batida e triturada com a mão. Só depois que ela aderiu à batedeira.

O Acarajé da Cira é um dos mais tradicionais da capital baiana, localizado no bairro boêmio da cidade, o Rio Vermelho, além de ter um quiosque em Itapuã, o pioneiro. Os pontos são paradas obrigatórias de turista, famosos e baianos que não abrem mão de um pouco de dendê na veia.

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