Melhem cria "dossiê" de mensagens trocadas com Calabresa para "contrapor uma narrativa falsa"

O ator e ex-diretor da Globo, Marcius Melhem criou uma espécie de dossiê para provar na Justiça que tinha uma relação "amigável" com a colega de trabalho Dani Calabresa entre os anos de 2017 e 2019, período em que, segundo uma reportagem publicada pela revista Piauí na edição deste mês, ele a teria assediado moral e sexualmente.

Melhem reuniu várias mensagens que trocou com Calabresa e que, agora, fazem parte de uma notificação extrajudicial encaminhada nesta semana pela defesa dele ao email da colega. A defesa espera que ela confirme ou negue o teor da reportagem no prazo de cinco dias.

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A reportagem revelou um dos episódios de assédio sofrida pela vítima. De acordo com a publicação, em 5 de novembro de 2017, Melhem quis celebrar com o elenco e os roteiristas em um bar em Botafogo, no Rio de Janeiro. Em um determinado momento do encontro, ele forçou contato e, num lance rápido, puxou a cabeça da atriz em sua direção e tentou beijá-la.

Nesta terça-feira (14), o ex-diretor divulgou partes dos diálogos com a colega que comprovariam a amizade entre eles. "Estou mostrando coisas que expõem a relação amistosa que temos. Não é expor uma suposta vítima. Estou mostrando que eu e a suposta vítima tínhamos uma relação no período que a revista diz que ela estava traumatizada comigo. É só para contrapor uma narrativa falsa", afirmou em entrevista para a Folha de São Paulo.

Uma das conversas relevada por ele, oito dias depois da confraternização, no aniversário da humorista, Melhem parabenizou a colega de trabalho em grupo de WhatsApp . Ela enviou uma mensagem de áudio agradecendo.

"Chefe, estou mandando este áudio para agradecer a mensagem linda que você mandou no grupo. Todas as mensagens que você manda sempre de apoio e carinho. Nossa, você não tem ideia como fico feliz de saber que você me acha talentosa".

Procurada, a defesa da atriz, a advogada Mayra Cotta, afirmou que a "interpelação repete estratégia comum a casos similares". "Objetiva intimidar nao apenas uma vítima específica, mas outras que ainda permanecem protegidas sob sigilo e até mesmo testemunhas, como se isso fosse capaz de apagar os graves fator narrados e cuidadosamente checados com dezenas de pessoas citadas pelas matérias", completou.

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