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Adolescentes namoram cada vez mais pela internet e psicóloga alerta para os riscos

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As relações íntimas através das telas são cada vez mais naturais entre os adolescentes  |   Bnews - Divulgação Foto Ilustrativa
Camila Vieira

por Camila Vieira

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Publicado em 12/06/2023, às 05h00


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Difícil encontrar um adolescente que nunca trocou flertes através de aplicativos de relacionamento ou simplesmente em contato, via direct, pelas redes sociais. Destemido, o público jovem investe tudo nas relações virtuais. Garotos e garotas comumente trocam informações sobre onde moram, local que estudam, mandam e recebem fotos e vídeos. As relações íntimas através das telas são cada vez mais naturais entre o público juvenil.

Para entender melhor esse comportamento, o BNews bateu um papo com uma especialista e preparou uma matéria especial para o Dia dos Namorados, lembrado nesta segunda-feira (12). Considera por especialistas em comportamento humano como uma tendência atual e quase que irreversível, a relação que começa nas telas precisa de cuidados. Na maioria das vezes, os adolescentes negligenciam alertas importantes e podem correr riscos com o “crush” online.

A psicóloga clínica e hospitalar, estudiosa das questões voltadas à feminilidade e relações humanas, Nili Brito, é muito clara ao falar sobre a mudança no comportamento das relações, levando em consideração os últimos 10 anos e o advento das redes sociais e ferramentas de entretenimento disponíveis na internet.

“As pessoas estão se relacionando cada vez mais por aplicativos e redes sociais e que isso nos sirva de alerta. Não sabemos quem é o outro em uma relação, imagine quando o imaginário entra em ação, quando a fantasia brinca conosco, no sentido de que o outro pode ser quem ele quiser para aumentar nossa curiosidade em conhecê-lo”, alerta.

Quando o assunto são os relacionamentos online de adolescentes a preocupação é ainda maior. “Acaba sendo mais arriscado, pois muitas vezes essa galerinha quer viver intensamente aquele momento e acaba não pensando e não tendo cuidado com alguns alertas. É importante o monitoramento dos pais pautado na confiança, diálogo e comunicação. Os jovens precisam se sentir encorajados a falarem abertamente sobre seus relacionamentos e sentimentos com sua família”, destaca.

Arquivo Pessoal
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Fique esperto (a) - Alguns cuidados são sugeridos pela psicóloga. Segundo ela, mesmo que a relação se inicie e tenha importantes capítulos pela internet, é fundamental encontrar ao vivo e conhecer a pessoa. “Além do “cara a cara”, é ideal que outras pessoas tenham conhecimento sobre esse relacionamento. As chamadas de vídeo são boas formas de diminuir riscos, mas não quer dizer que eles ainda não possam existir”, alerta.

De acordo com a especialista, a forma de conquista e a paquera “olho no olho” tem se tornado rara. “Com o aumento dos encontros nos aplicativos de relacionamentos, as pessoas tem se mostrado indisponíveis afetivamente, o que caracteriza as conquistas como mais pontuais, focais e diretas”, explica. Segundo a psicóloga, a interação pela rede social e através dos aplicativos de namoros tem mudado muito a forma de paquerar. “As pessoas se apresentam de forma mais objetiva, direta, é como se a conquista não tivesse o mesmo sabor do doce encontro como víamos há anos atrás. E para os adolescentes isso tudo é muito natural”, ressalta.

No entanto, a psicóloga assinala que não pode existir um padrão de generalização de comportamentos. “Não podemos generalizar nenhum tipo de relação, as relações podem dar certo, mas me questiono quando escuto o “certo”, o que seria esse dar certo? Às vezes passar uma semana com alguém intensamente e vivendo de forma genuína é dar certo ou passar 30 anos, nunca se sabe”, enfatiza.

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