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Associação pede prisão ou suspensão de shows de Bruno e Marrone; saiba motivo

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Bruno, da dupla com Marrone, foi transfóbico com a jornalista Lisa Gomes durante entrevista  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram
Bernardo Rego

por Bernardo Rego

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Publicado em 30/05/2023, às 16h38 - Atualizado às 19h41


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A Associação dos LGBTIQA+, liderada pelo deputado estadual suplente de São Paulo, Agripino Magalhães, entrou com um pedido de liminar, na segunda-feira (29), junto ao Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (GECRADI), requerendo a suspensão das atividades musicais do cantor Bruno, da dupla com Marrone, por 90 dias com uso de tornozeleira ou a sua prisão preventiva. As informações são da Quem.

A conduta do sertanejo durante uma entrevista com a repórter trans Lisa Gomes, da RedeTV!, rendeu a ele uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo por transfobia. Nesta terça-feira (30), o advogado Ângelo Carbone, que representa a associação, falou sobre a ação.

"Tomamos conhecimento que o Bruno já não é mais primário. Ele é reincidente por crime semelhante e indenizou a vítima em R$10 mil. A impunidade é muito grave porque dá possibilidade a ele e aos seus 'parças' de fazerem o mesmo. Então, representando a Associação dos LGBTIQA+, optamos por tomar uma medida mais drástica. Será que ele está fazendo por maldade ou achando que pagando R$10 mil vai resolver e ficar impune?", questiona o profissional.

De acordo o advogado, foi aberta uma ação criminal a pedido dos LGBTs (e já foi admitido pelo MP-SP) para processar e condenar Bruno. "Quando se entra com um inquérito criminal, manda-se para o Ministério Público. Se a instituição acha que a denúncia é inconsistente, não dá continuidade. No entanto, o MP percebeu que os LGBTs têm esse direito. Agora, através da GECRADI, pedimos a tutela de urgência para que esse criminoso tenha as atividades musicais suspensas por 90 dias com uso de tornozeleira ou até a prisão preventiva", detalhou.

"Ele já cometeu crime semelhante e não deu nada. Pagou R$10 mil e nada ocorreu. Agora fez de novo e não vai dar em nada? Uma mesa para assistir a um show dele custa R$100 mil. O que é R$10 mil para ele? Daqui a pouco eles não vão só agredir, vão matar os LGBTs! Não podemos aceitar! Será que é justo permitir que pessoas como esse sujeito fiquem impunes?", questiona.

Relembre a fala inadequada de Bruno a uma repórter trans

No dia 12 de maio, durante uma entrevista com o cantor no Vila Country, em São Paulo, Lisa Gomes, que é uma mulher trans, foi surpreendida com uma pergunta que a deixou visivelmente constrangida em frente às câmeras. ‘"Você tem pa* (se referindo ao órgão sexual masculino)?’", disparou o artista, na ocasião.

Segundo a Lei nº 7.716/89, que disciplina acerca do crime de racismo, os crimes resultantes deste tipo de discriminação ou preconceito podem ser punidos de 1 a 5 anos de prisão e, em algumas hipóteses, multa.

Cumpre ressaltar que, de acordo com o previsto no art. 5º, inciso XLII, a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, ou seja, nestes casos, não se admite fiança, bem como o agente pode ser processado a qualquer tempo.

Classificação Indicativa: Livre

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