Denúncia

Diretor da Ordem dos Músicos da Bahia critica falta de transparência nas arrecadações do Ecad: "uma quadrilha organizada"

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De acordo com o músico, não existe transparência no processo de repasse dos valores arrecadados pela entidade  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Facebook

Publicado em 14/08/2019, às 17h46   Diego Vieira


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O chefe de gabinete da Ordem dos Músicos da Bahia, Boghan Gaboott, denunciou irregularidades no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (Ecad). De acordo com o músico, não existe transparência no processo de repasse dos valores arrecadados pela entidade.

"A Ordem dos Músicos vem lutando para fazer com que haja transparência com as arrecadações e repasse do ECAD. Eu posso afirmar, como autor, que o Ecad é uma caixa preta. Eu não tenho acesso realmente ao que o Ecad faz pra provar o que ele tem que me pagar", diz Gaboot que chamou de "mixaria" a quantia paga pela entidade aos autores.

"Minha música tocando no Carnaval para milhões de pessoas e o Ecad só me paga mixaria? Eu como autor passo dificuldades, tenho que trabalhar até hoje para pagar água e luz e os gestores do Ecad morando em condomínio de luxo, com carrões, quando na verdade eles são meus funcionários, já que eu sou o autor. Eles têm milhões nas mãos e parte desses milhões é meu. Falo isso em nome de todos os autores", afirma.

Ainda segundo o chefe de gabinete, o Ecad fatura mais de R$ 400 milhões e não é fiscalizado pelo Governo. "Como é que desconta o meu imposto na fonte e o Ecad não pode ser fiscalizado? O autor é fiscalizado e o Ecad tem caixa preta? Eles usam o termo instituição sem fins lucrativos e arrecada anualmente mais de R$ 400 milhões e dizem que repassam o valor para os autores e o restante vai pra onde?", questiona.

"Não me sinto representado por essa instituição. Pra mim isso é um cartel, é uma quadrilha organizada", acrescenta.

Em fevereiro deste ano, a prefeitura de Salvador entrou em acordo com o Ecad sobre os direitos autorais dos artistas que tocam nas festas públicas da capital baiana. Na ocasião, foi acertado o valor de R$ 2,8 milhões que seriam pagos em doze parcelas.

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