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Entidades de blocos de rua cancelam participação no carnaval de São Paulo

Edson Lopes Jr/Prefeitura de São Paulo
Grupo também não aceita participar de evento em Interlagos  |   Bnews - Divulgação Edson Lopes Jr/Prefeitura de São Paulo

Publicado em 05/01/2022, às 19h58   Redação BNews


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Nesta quarta-feira (5), três entidades de blocos de rua de São Paulo publicaram um manifesto público em que cancelam a participação de cerca de 250 blocos no carnaval de rua de São Paulo. Segundo as entidades, elas não aceitam participar de eventos fechados no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul, como está sendo estudado. A decisão foi divulgada antes mesmo da prefeitura anunciar a definição sobre o carnaval 2022 na próxima quinta-feira (6). Em dezembro do ano passado 696 desfiles foram aprovados para o carnaval de rua de São Paulo em 2022.

Denominado “Te Amo São Paulo, mas não vou fazer seu Carnaval...”, as entidades afirmam que “os blocos participantes dos Coletivos, em sua grande maioria, comunicam que não sairão às ruas neste Carnaval de 2022, mesmo que a festa seja autorizada” pela gestão municipal.

O documento é assinado pelo Fórum de Blocos de Carnaval de Rua de São Paulo, pela União dos Blocos de Carnaval de Rua do Estado de São Paulo (UBCRESP) e pela Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo. Essas entidades representam blocos tradicionais da cidade como Acadêmicos da Cerca Frango, Jegue Elétrico, Bloco do Abrava, Me Lembra Que Eu Vou, Sanatório Geral Bloco Gambiarra, entre outros.

Segundo o manifesto, “é obrigação do Poder Público ser rigoroso na observância das regras sanitárias em todos os eventos que já acontecem e vão acontecer na Cidade de São Paulo” e não vão aceitar outras alternativas que não seja a de preservar a vida dos paulistanos.

“Todos concordamos que o Carnaval não deixará de ser comemorado, inclusive por Blocos que assim desejarem, mas esperamos que cada grupo ou cidadão que queira celebrar a vida, o faça pensando na melhor forma de preservar a vida! (...) Não admitimos a hipótese de se realizar um evento de ‘Carnaval de Rua’ em lugares contidos, ao ar livre, como o Autódromo de Interlagos, Memorial da América Latina, Jockey Club, Sambódromo e outros. Isso é alternativa do setor privado”, afirmou o documento.

Segundo reportagem do G1, o secretário da Saúde da capital paulista, Edson Aparecido, disse nesta quarta-feira que vai apresentar os estudos que vão embasar a decisão sobre o cancelamento das festividades.

Ainda de acordo com o site, a possibilidade de transferência dos eventos de rua para locais controlados, como Interlagos e o Memorial da América Latina, também foi ventilada pelas autoridades municipais em reuniões com os blocos, onde foi mencionado a possibilidade de maior controle de participantes e exigência do passaporte da vacina com duas doses.

Mas para as entidades de blocos de rua, esses controles não terão eficácia para impedir uma explosão dos casos da doença na cidade. “Antes do Natal, fizemos experiências com ensaios restritos e o resultado foi assustador para muitos blocos. Mesmo em lugares abertos, com exigência de uso de máscara e apresentação da vacinação, muita gente dos blocos foi contaminada pela Covid. Isso acendeu o sinal de alerta pra gente de que não dá para confiar apenas nessas medidas para impedir e elevação dos casos da doença”, afirmou Thais Haliski, representante do Bloco Acadêmicos do Cerca Frango e fundadora da Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo.

Na carta pública, as entidades de blocos de rua pedem que a Prefeitura de SP encontro alternativas de fomento para os blocos que precisam de ajuda financeira para se manterem ativos em São Paulo, já a cidade pode ter o segundo ano seguido sem os festejos públicos.

“Convocamos as Secretarias Municipais envolvidas tradicionalmente com o Carnaval de Rua a apresentarem, em nome da Cidade, alternativas realistas e exequíveis para o fomento da Arte , da Cultura e da Economia Informal relacionadas aos Blocos de Carnaval da cada Região de São Paulo, , considerando suas necessidades econômicas. (...) Pedimos que sejam oferecidos programas de fomento que alcancem específicamente todos os Blocos inscritos, dentro de uma proporcionalidade referente às suas necessidades, com aferição feita pelos mesmos em comissão constituída pelos atuais Coletivos Carnavalistas da Cidade”, afirmou o manifesto.

No dia 31 de dezembro, o secretário de Saúde da cidade de SP, Edson Aparecido, havia dito que é possível que haja diretrizes diferentes em relação aos desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi e ao carnaval de rua da capital paulista, a exemplo do Rio de Janeiro. O secretário explicou que isso se deve ao fato de o Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte, ter uma espécie de “controle” de público, cenário diferente do carnaval de rua.

Para o secretário, o avanço da variante ômicron é uma das preocupações da Vigilância Sanitária municipal, que pesará na análise dos técnicos.

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