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Relatos fortes detalham assédio sexual que Dani Calabresa sofria de Marcius Melhem

Reprodução/TV Globo
A Piauí ouviu 43 pessoas, em conversas presenciais, virtuais ou por meio de troca de mensagem de texto ou áudio  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Globo

Publicado em 04/12/2020, às 11h30   Redação AjuNews


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Uma reportagem especial da revista Piauí traz fortes relatos do suposto assédio sexual sofrido pela humorista Dani Calabresa nos estúdios da TV Globo. Segundo a publicação, a atriz, que chegou a tomar ansiolíticos, denunciou durante anos o comportamento do chefe do departamento de humor da Rede Globo, Marcius Melhem, mas nada foi feito.

De acordo com a revista, ela era vítima do diretor da Globo desde 2015, quando ele vetou a participação dela em um programa dominical dirigido por Miguel Falabella. Além disso, a atriz diz ter sido encurralada e tido as partes íntimas dele esfregadas em seu corpo, durante uma comemoração em um bar.

“A comemoração continuava animada quando Calabresa resolveu ir ao banheiro, cuja porta dá para um lavabo com espelho e não fica à vista de quem está no salão. Ao sair, a atriz deu de cara com Melhem, que estava à sua espera e tentou agarrá-la. Ela reagiu, bateu com a parte traseira da própria cabeça na parede e pediu que Melhem a deixasse passar. Em vão. Com uma das mãos, ele imobilizou os braços da atriz. Com a outra, puxou a cabeça dela para forçar um beijo. Assustada, Calabresa cerrou os lábios e virou o pescoço, mas Melhem conseguiu lamber o rosto dela. Em seguida, tirou o pênis para fora da calça. Enquanto a atriz tentava soltar os braços e escapar da situação, acabou encostando mão e quadris no pênis de Melhem. Ao reencontrar os colegas no salão, Calabresa teve uma crise de choro. Os atores Luis Miranda e George Sauma ofereceram a ela um copo d’água e confortaram a amiga”, diz trecho da reportagem.

Em outro momento, é detalhado que três dias depois do assédio no bar em Botafogo, Calabresa estava ensaiando um novo episódio do Zorra no Projac, o antigo nome dos Estúdios Globo no bairro de Jacarepaguá. Ela contracenava com Maria Clara Gueiros. De repente, as duas atrizes foram surpreendidas pela chegada de Melhem, que não tinha o hábito de aparecer nos estúdios.

“Melhem falou do assédio de sábado como se estivesse fazendo uma cena de humor, com os braços abertos. “Para, para, para”, começou. “Eu não tenho culpa do que aconteceu! Quem mandou você estar muito gostosa?” E caminhou em direção a Calabresa. Ela se levantou, tentando evitar qualquer contato físico e, para se esquivar dele, começou a andar em volta de uma mesa que fazia parte do cenário. Maria Clara Gueiros pediu para o chefe deixar a colega em paz. Calabresa também reagiu: “Não quero seu abraço nem suas desculpas, você já me agarrou, lambeu minha cara e encostou o pau em mim.” Melhem seguiu falando que ela era a responsável pelo comportamento dele: “Você tá muito gostosa.””, detalha outra trecho da reportagem.

A revista ouviu 43 pessoas, em conversas presenciais, virtuais ou por meio da troca de mensagens de texto ou áudio. Entre elas, duas vítimas de assédio sexual de Marcius Melhem, sete vítimas de assédio moral e três vítimas dos dois tipos de assédio, o sexual e o moral. Procurado, Melhem enviou uma nota e pediu para ser publicada na íntegra.

Quando recebi as perguntas da revista piauí, percebi que a sentença já estava dada. Então, nada que eu diga sobre fatos distorcidos ou cenas que jamais ocorreram vai mudar esse perfil construído de abusador, quase psicopata.

Qualquer pessoa que tenha convivido comigo sabe que eu jamais cometeria algum ato de violência e que nunca forcei ninguém a nada. Mas parece que o único objetivo está sendo bem-sucedido: a minha condenação na opinião pública.

Quero pedir desculpas a pessoas que eu magoei, mas sequer tive o direito de saber quem são elas. O mundo mudou, comportamentos antes naturais estão sendo revistos, e todos precisamos aceitar as consequências de nossos excessos.

Venho há um ano trabalhando esse entendimento e estou disposto a assumir qualquer erro ou dano que tenha causado. Mas é preciso que a conversa seja transparente, sem omissões, mentiras ou distorções sobre as relações. É o que eu vou buscar: justiça.

Classificação Indicativa: Livre

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