Publicado em 24/03/2023, às 14h13 - Atualizado às 15h12 Cadastrado por Sanny Santana
"Me deve um b*quete". Essa foi a frase supostamente dita pelo ex-chefe de Humor da Globo, Marcius Melhem, de acordo com denunciantes. Uma entrevista foi realizada pela coluna de Guilherme Amado, do site Metrópoles, com 11 pessoas que integraram ou integram a área de humor da emissora, e que, pela primeira vez, aceitaram falar sobre o assunto.
Uma das denunciantes foi a atriz Veronica Debom, que contou como, após um esquete de humor, ele elogiou sua performance.
"O Marcius olhou para mim e falou assim: 'Você fez bem essa cena, você é talentosa. E pensar que você estava escondida em outra emissora, né? Você me deve um boquete!'", contou à coluna.
Clique aqui e se inscreva no canal do BNews no Youtube!
Segundo ela, sua única reação foi brincar de volta. "Tem um ambiente que era de brincadeira, mas o assédio sexual é diferente da brincadeira", ela comentou na entrevista.
A atriz e roteirista Luciana Fregolente também dfalou sobre os assédios, que passavam despercebido por terem sido feitos em tom de piada. "Ele não tem essa energia agressiva e isso o que confunde muito", relata.
A diretora Cininha de Paula também afirmou ter testemunhado comportamentos abusivos de Melhem com colegas de trabalho e contou que chegou a sofrer assédio por parte do homem.
Cininha, que trabalhou com o ex-chefe de Humor, quando dirigiu a Escolinha do Professor Raimundo, contou que já foi assediada por diretores que possuíam cargos mais altos que o dela.
A cineasta contou que ouviu de um chefe que ela teria benefícios na Globo caso mantivesse relações sexuais com ele.
"Era minha primeira renovação contratual — a pessoa já está falecida —, eu fui na sala dela, ali no Jardim Botânico [sede da emissora e antiga locação de estúdios para a produção de entretenimento da Globo], e a gente chegava, ia para a sala dela fazer a renovação contratual. Aí essa pessoa falou: 'Olha, se você transar comigo, você ganha o que você quer ganhar'".
Cidinha conta ainda que foi à sala do José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, mas nada aconteceu.
"Subi um andar, bati na porta de um homem chamado José Bonifácio de Oliveira Sobrinho e falei assim: 'Lá embaixo, acabaram de me dizer que só me dão o dinheiro que eu quero se eu transar com ele'. Aí foi uma confusão danada, mas, claro, que não aconteceu nada. Ele continuou na função dele. Porque assim era", relatou a profissional.