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Miss faz relato chocante ao acusar delegado de estupro após carona: "continuo sangrando, machucada"

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A miss trans Jade Fernandes relatou que foi abusada pelo delegado Kleyton Manoel Dias após receber uma carona  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais
Tiago Di Araújo

por Tiago Di Araújo

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Publicado em 09/01/2024, às 11h41


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Um caso de polícia, envolvendo um delegado, chocou a população de Goiânia (GO), no último final de semana. Kleyton Manoel Dias, titular da 8ª Delegacia Distrital da capital goiana, está sendo acusado de estuprar uma mulher trans depois de saírem de uma festa, em um boate da cidade, na madrugada da última sexta-feira (5).

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Quem faz a acusação é a própria vítima, Jade Fernandes, que é Miss Distrito Federal, de 23 anos. O abuso teria ocorrido após uma carona, oferecida pelo delegado, para ela e uma amiga. Conforme relato, depois de convidá-las para outro local pós-festa, o acusado teria demonstrado incômodo ao saber que Jade era uma mulher trans e mudou aos planos, decidindo levá-las cada uma em sua casa.

Depois de deixar a amiga dela no bairro Jardim Novo Mundo, ele seguiu em direção à casa da miss, mas acabou parando o carro em um local escuro, quando forçou a relação sexual. Apesar de negar as investidas, com base no relato em coletiva de imprensa, Jade disse ter sido abusada e jogada no porta-malas do veículo.

Segundo informações da TV Anhanguera, uma câmera de segurança registrou quando a jovem saiu do veículo completamente nua, na porta de casa, cobrindo as partes íntimas com os sapatos. Em seguida, o delegado retorna ao local e deixa o vestido da jovem na porta do imóvel.

Um amigo da modelo, identificado como Ricardo Amaral Dias, contou que a miss chegou em casa dopada e bastante machucada, quando ele acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para levá-la a um hospital. “Não consigo dormir. Tem uns três dias que eu não durmo, nem tomando medicamento. Continuo sangrando, machucada. Estou tomando analgésico”, disse Jade.

Em uma carta aberta, divulgada nas redes socias, Jade revela o motivo de ter decidio contar o que aconteceu, situação que descreveu como humilhante. “Eu tive medo e vergonha de contar para alguém por horas, de ser taxada como mentirosa. Eu não queria que as pessoas me vissem como vítima, foi muito humilhante para mim. Por um momento, eu achava que estava louca”, afirmou a jovem em seu perfil no Instagram.

jade

Medida protetiva
Após registrar o caso na polícia, Jade conseguiu uma medida protetiva contra o delegado. No documento, assinado pelo juiz plantonista Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro, fica determinado que Kleyton permaneça a uma distância mínima de 300 metros de Jade e de seus familiares, sem qualquer tentativa de aproximação; não entre em contato com ela ou seus familiares por qualquer meio de comunicação (telefone, WhatsApp, e-mail e outros) e não frequente os mesmos locais.

O que diz o delegado?
Kleyton Manoel Dias divulgou um comunicado à imprensa, onde nega as acusações e afirma que irá provar sua inocência no caso. Ele revela que ainda não foi ouvido, mas que está muito abalado e pede “cautela” em relação às “conclusões precipitadas”.

"De início, repudia veementemente as acusações e se coloca à inteira disposição das autoridades nas investigações que apuram o caso. Informa que ainda não foi ouvido no inquérito que investiga o suposto estupro. Irá provar a sua inocência e neste momento está muito abalado com o ocorrido, cuidando de sua família, esposa e filho. Por fim, pede encarecidamente a todos cautela nas conclusões precipitadas, que aguardem as conclusões das investigações no esclarecimento dos fatos, que ao final irá demonstrar a sua inocência".

Delegado afastado
O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher (Deam), com auxílio e acompanhamento da Corregedoria. A Polícia Civil de Goiás (PCGO) informou que adotou as medidas necessárias para o esclarecimento da situação, assim que tomou conhecimento do caso, e afastou o delegado das atividades até que tudo seja esclarecido.

Classificação Indicativa: Livre

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