Junho Verde: Axxo Construtora adere Programa Carbono Zero e outras inciativas ESG

A Axxo, empresa especializada em construção civil, de origem baiana e com atuação nacional, é mais uma das construtoras que têm adotado práticas ESG em suas atividades. Em entrevista ao BNews, o diretor Paulo Henrique Amorim e a gerente de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS) da corporação, Nayara Dourado, mencionaram os programas e iniciativas que tem desenvolvido em prol da agenda que trata sobre meio ambiente, responsabilidade social e governança.

Confira a entrevista na íntegra:

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BNews: quais as principais ações da Axxo Construtora em prol do meio ambiente?
Paulo Henrique Amorim: os fatores ambientais estão diretamente relacionados aos resíduos que a empresa gera, à energia/recursos naturais que ela utiliza para manter suas operações em dia e obviamente aos impactos de tudo isso no meio ambiente. Além disso, também se refere aos esforços para diminuição das emissões de CO2, que contribuem para o aceleramento das mudanças climáticas.
Gestão de resíduos: Na Axxo procuramos fazer uma gestão de resíduos visando evitar desperdícios e sempre que possível tornar a obra mais sustentável, por meio da reciclagem e reutilização de materiais. Neste sentido destinar adequadamente os resíduos é fundamental.

Economia de recursos naturais: Outro tópico que para nós é muito importante é a utilização de recursos naturais. É preciso economizar água e energia elétrica do início à conclusão da obra. Neste sentido, sempre que possível a gente implementa um sistema de captação da água da chuva para utilização nos vasos sanitários, lavagem de equipamentos e limpeza do canteiro e até em alguns processos produtivos.

Lógico que não dá para fazer isso em todas as obras, sobretudo por conta dos índices pluviométricos baixos em algumas localidades. Além disso, nos preocupamos em conscientizar constantemente nossos colaboradores, por meio de treinamentos e campanhas internas, quanto ao uso racional dos recursos naturais não apenas nas obras onde eles trabalham, mas também em suas casas a fim de que eles ajam de forma mais consciente, para além das instalações da empresa.

Programa Carbono Zero: outra preocupação nossa diz respeito às emissões de CO2 provenientes das nossas atividades. Desde o ano passado, iniciamos o Programa Carbono Zero com o objetivo de conhecer este processo e assim, compensar a emissão de CO2 das nossas obras. Iniciamos com o inventário de 2 obras no ano passado, e este ano demos prosseguimento. Nós entendemos que essa é uma realidade mundial e as mudanças climáticas um assunto urgente.

BNews: muito se fala sobre a questão ambiental, mas o pilar social também é muito importante. De que forma a Axxo atua neste segmento?
Nayara Dourado: a questão Social é uma preocupação constante na Axxo, tanto no que diz respeito aos profissionais da empresa, prezando sempre seu bem-estar e segurança, sobretudo porque a qualidade do serviço e produtividade estão diretamente ligadas a estes fatores, quanto à sociedade de um modo geral que é impactada diretamente pelo setor da construção civil.

Uma obra por mais simples que seja impacta diretamente a comunidade ao seu redor, sua rotina e comodidade. Assim, investir em ferramentas tecnológicas que aumentem a eficiência do setor, ajuda a diminuir o tempo de execução dos processos e minimiza os impactos sociais através de um controle maior das obras. Neste sentido a Axxo implementa medidas visando reduzir a poeira, o barulho gerados pela obra, assim como os impactos no trânsito do seu entorno.

A Axxo também procura estimular o desenvolvimento econômico e social, priorizando a contratação de mão de obra local, assim como a aquisição de produtos e serviço, sempre que possível da região onde a obra está inserida.

Com relação à saúde e à segurança de seus funcionários, a Axxo procura manter uma política consistente, baseada nos requisitos da ISO 45001, atendendo às legislações e mantendo as taxas de acidente e doenças ocupacionais em índices sempre baixos. O setor da construção normalmente tem taxas elevadas de lesões entre funcionários e, com prazos de execução apertados e estruturas organizacionais cada vez mais descentralizadas, a tendência é que os índices de acidentes aumentem cada vez mais nos canteiros de obras.

Preocupados com a saúde e bem-estar de nossos funcionários, realizamos, sempre que possível, campanhas de vacinação e de saúde (exames médicos e odontológicos simples), com os colaboradores (próprios e terceirizados). Esta é também uma forma de conscientizá-los da importância do cuidado ao corpo e também humanizar as relações de trabalho.

A ética e transparência também são fatores valorizados nas relações de trabalho. A Axxo, em seu Código de Conduta condena veementemente toda forma de discriminação e assédio e realiza em suas obras, campanhas educativas de combate ao racismo e ao assédio e de valorização da diversidade, mantendo um canal de comunicação permanente para receber denúncias e garantir o anonimato do denunciante.

BNews: já no que diz respeito à governança corporativa, de que forma a empresa têm se posicionado?
Nayara Dourado: buscando tomar decisões eficazes, cumprir a lei e atender às necessidades de todas as suas partes interessadas, a Axxo adotou as normas da ISO 9K, 14K e 45K como base para seu Sistema de Gestão.

Manter práticas de governança estruturadas e eficazes, contribui para manter os processos da empresa em conformidade com as normas e leis vigentes – o que, consequentemente, diminui os riscos de multas e entraves legais que geram perda de tempo e prejuízos financeiros.

Além disso, ao adotar um conjunto de regras e procedimentos para guiar nossas ações, a empresa passa a atuar de forma mais padronizada, aumentando a eficiência e a produtividade. A governança também é importante para estabelecer as responsabilidades de cada um, trazendo mais clareza e foco para as operações.

BNews: quais você acredita que são os principais desafios da agenda ESG, na atualidade?
Paulo Henrique Amorim: acredito que a mobilização de todo o ecossistema seja um dos maiores desafios. Controlar toda a cadeia será uma tarefa difícil, especialmente para cadeias extensas e complexas, como é o caso da construção civil.

Um ditado popular famoso diz que uma andorinha só não faz verão. A mensagem é válida também para o uso do ESG neste mercado. Não há como criar métricas socioambientais e econômicas em projetos de edificações se todas as empresas não estiverem envolvidas. É preciso mobilizar o ecossistema para que o assunto entre na pauta e assim, facilite a implementação das ações.

Com relação à mão de obra, por exemplo: além de lidar com diversos terceirizados em suas atividades, possuímos uma mão de obra com grande rotatividade, devido às diversas fases da obra, o que dificulta a adoção de medidas a médio e longo prazos. Em muitos casos, o sucesso e a continuidade de um projeto, de uma campanha são comprometidos devido ao prazo de conclusão do contrato, fazendo com que as iniciativas comecem quase que do zero a cada novo empreendimento.

Com os fornecedores de matérias-primas também encontramos dificuldade. É comum termos que pagar mais caro por um produto que atenda aos requisitos legais, sobretudo os ambientais, por falta de fornecedores que estejam em dia com suas obrigações.

Uma das causas pode ser a falta de participação efetiva do poder público como incentivador e também fiscalizador. Isso porque as leis já existem, mas sem uma fiscalização eficiente nem todos chegam a cumpri-las.

É necessária e urgente uma mudança cultural em toda a cadeia produtiva, incluindo a cadeia de suprimentos, para avançarmos ainda mais nas práticas ESG na construção civil.

BNews: o que, principalmente, a Axxo acredita que uma empresa precisa ter para estar comprometida com inovação e sustentabilidade?
Paulo Henrique Amorim: inovação pressupõe sair da zona de conforto e adentrar no terreno do “desconhecido” (ou do pouco conhecido). Essa é uma decisão empresarial de alto impacto organizacional.

Para trilhar esse caminho, a empresa deve estar pronta para conviver com erros e acertos de maneira construtiva. Será salutar tratar os erros como fonte de aprendizado e motivo de revisitando de processos e procedimentos, com foco em resultados mais qualificados. Também a adoção de métricas de desempenho devem ser implantadas considerando os aspectos de resultados alcançados e de recuperação de resultados por aprendizado incorporado.

Juntando a visão de resultados com o olhar para o futuro da empresa, é fácil contemplar a sustentabilidade. A sustentabilidade pode ser encarada no espectro amplo de perenidade do meio ambiente, das sociedades impactadas, das pessoas e das empresas envolvidas, mas jamais tirar de foco a própria perenidade da organização, seus sócios e acionistas.