Simplesmente Mulher: Gestora do Camarote Salvador fala sobre a experiência feminina no ramo do entretenimento

Diretora executiva da Premium Entretenimento, reponsável pela administração do Camarote Salvador, um dos principais do carnaval da capital baiana, Luciana Villas-Boas é uma das empresárias de destaque e sucesso na Bahia.

Em entrevista ao projeto Simplesmente Mulher, do BNews, ela falou sobre sua experiência no ramo do entretenimento dentro da Premium, além de experiências da sua vida pessoal.

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Como você avalia o papel da mulher atualmente na sociedade? Diante de suas vivências, quais os principais avanços e onde falta avançar?

A mulher exerce um papel de muita força. Claro que não foi fácil o percurso até o cenário que temos hoje, mas estamos no caminho certo. É possível ver muitos avanços de direitos e espaços adquiridos pelas mulheres, e acho que a tendência é potencializar o que já foi atingido. Tenho duas filhas mulheres que já estão no mercado de trabalho, e sempre às digo que os próximos anos vão ser dessa geração, porque tem sido mandatório que as empresas tenham um outro olhar sobre a mulher.

Especificamente no setor de entretenimento, você consegue avaliar se há uma maior valorização da mulher, sobretudo nos cargos de liderança? Em termos numéricos, você avalia que há um aumento nos últimos anos?

Tem aumentado a presença de mulheres, inclusive em cargos de liderança, na área do entretenimento, assim como no setor de negócios. Acredito que, com muito trabalho, reconhecimento e respeito a todos os envolvidos, vamos conquistar ainda mais espaços.

Na Premium há algum tipo de programa ou iniciativa que valorize as mulheres e preze pela equidade, sobretudo quando se trata da seleção de profissionais para cargos de chefia?

Esse é um ponto que a Premium Entretenimento está muito atenta, inclusive temos outras mulheres em cargos de liderança em nossa equipe. Faz parte da nossa cultura organizacional receber, valorizar e reconhecer a presença feminina em todos os pontos do nosso trabalho. Além da forte atuação interna nesse sentido, fizemos questão de expandir essa valorização para a sociedade durante o Camarote Salvador deste ano, trazendo um time de mulheres para o contato direto com o público, já que é importante a união da força e da sensibilidade para essa interação com o cliente durante o evento.

Você hoje ocupa um cargo de destaque. No geral, as mulheres são postas à prova a todo o momento para justificar os cargos de liderança que ocupam. Você já passou por alguma situação desse tipo? Como lidou com isso?

Tenho o privilégio de trabalhar com dois homens que enxergaram, na minha liderança, uma possibilidade de crescimento, e que respeitam meu trabalho, minha trajetória e minhas conquistas. Na minha carreira, já enfrentei falas machistas que exigiram um posicionamento mais firme. No ambiente de negócios, muitas vezes as mulheres precisam reiterar suas falas para serem ouvidas. E, com frequência, isso é considerado um comportamento prepotente, mas quando um homem tem esse mesmo tipo de postura é caracterizado como um grande líder. Acredito que esses tipos de percepções e estereótipos estão acabando, mas ainda há um longo caminho pela frente.

Fazendo um retrospecto, você consegue identificar situações em que, enquanto mulher, foi silenciada ou teve a fala negligenciada no geral ou na área profissional? Como você lida com essas situações?

Situações como essa acabam acontecendo na vida das mulheres, infelizmente. Temos que enfrentar essas dificuldades de forma ponderada, respeitosa e firme. Acredito que essa seja a fórmula para ultrapassar não só essas, mas outras adversidades tanto na vida pessoal quanto na profissional.

Como você avalia que as mulheres estarão inseridas na sociedade nos próximos anos? Há uma evolução perceptível nesse sentido?

Trazendo para o meu universo profissional, a evolução é perceptível, e acho que não há como recuar. Nos próximos anos, teremos ainda mais mulheres em cargos de direção, chefia, coordenação, em diferentes setores. É preciso impulsionar mulheres, fornecer conhecimento, capacitação e oportunidade para que isso aconteça, além de um olhar intencional das empresas em contratar mulheres.