Especial

Amor à Yemanjá une gerações

Publicado em 02/02/2016, às 15h09   Chayene Guerreiro (Twitter: @bocaonews)


FacebookTwitterWhatsApp

Crianças, adultos, idosos. Gerações de famílias se dirigiram até o Rio Vermelho, na manhã dessa terça-feira (2) para saudar Yemanjá. Nas mãos dos pequenos, flores coloridas para a Rainha do Mar. Nos olhos dos mais velhos, o agradecimento e o louvor à orixá. "Yemanjá me protege. Venho a festa desde pequena com meu pai que era pescador e minha mãe que era rendeira. Acredito no poder dela. Nunca entrei no mar sem pedir sua bênção e é isso que passei para os meus filhos e o que tento passar para os meus netos, " conta Lúcia Oliveira, de 79 anos.
O pequeno Gabriel, de apenas 6 anos, já sabe a importância que a sereia tem para os baianos. "Yemanjá é amiga de Deus. Passei alfazema e trouxe rosas para ela," declarou.
A mãe do menino, Luiza Ferreira, é católica mas aprendeu a respeitar e a admirar o culto à orixá. "Nunca fui muito ligada ao candomblé, mas por Yemanjá tenho um carinho especial. Acho que todos os baianos são assim. Desde pequena venho à festa e quando meu filho fez três anos comecei a trazê-lo. Ele vai crescer sabendo o caminho da missa e o caminho do mar," disse.
Reverências a Yemanjá vem do século XX
As primeiras manifestações em reverência à sereia datam do início do século XX, quando um grupo de 25 pescadores resolveu fazer oferendas para a Mãe das Águas, pedindo em troca, fartura de peixes e tranquilidade nas águas. Desde então, no dia 2 de fevereiro, o Rio Vermelho é palco da festa que une sagrado e profano.
As ruas são tingidas de branco e azul. A festa do bairro, no entanto, teria nascido nas águas do Dique do Tororó, e na localidade de Amoreira, na Ilha de Itaparica.
Reza a lenda Iorubá que Iemanjá, filha de Olokum, casou-se com Olofin-Odudua, em Ifé, na Nigéria, e teve dez filhos, todos orixás. A amamentação teria lhe rendido seios enormes e, cansada de viver em Ifé, Iemanjá fugira em direção ao “entardecer-da-terra”. Chegando a Abeokutá, Okerê lhe propôs casamento e ela aceitou, com a condição de que o marido jamais a ridicularizasse por conta dos seios. Iemanjá tornou-se a Rainha do Mar. 
A Festa é considerada a mais africana das festas baianas e une o sincretismo com Nossa Senhora da Piedade ou Nossa Senhora do Rosário. No Brasil, Yemanjá tem vários nomes. É conhecida ainda como Janaína, Iara, Sereia do Mar, Rainha do Mar. A festa acontece em diferentes datas, de acordo com o local de sua realização: dia 2 de fevereiro na Bahia, dia 2 de janeiro no Rio de Janeiro, dia 8 de dezembro em Praia Grande (SP).

Publicada originalmente às 8h d dia 2 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp