Os sites de apostas do futebol, freqüentados por jogadores, empresários e até árbitros, estão na mira das autoridades. A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão preventiva de quatro pessoas, entre elas dois estrangeiros, todos envolvidos em um esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro. Os manipuladores aliciavam atletas, técnicos e dirigentes para fraudar resultados que favorecessem apostadores que utilizavam sites de apostas da China
Os malaios Jawahir Saliman e Zulfika Bin Mohd Sultan são apontados como líderes da quadrilha internacional, e os cariocas Anderson Rodrigues e Thiago Coutinho, foragidos desde julho, quando a operação Game Over prendeu temporariamente outros nove envolvidos – todas foram liberados após prestarem depoimento.
Com o inquérito concluído no começo de outubro, a policia aguarda agora aguarda o parecer do Ministério Público para ser analisado pelo juiz Ulisses Pascolati Júnior, do Juizado do Torcedor. Os 12 homens foram indiciados por fraude em resultados esportivos e formação de quadrilha, crimes que podem somar penas superiores a 10 anos.
Os investigadores também solicitaram que, caso a prisão seja decretada, a Interpol seja acionada para emitir alerta vermelho na busca por Saliman e Sultan. A polícia internacional já colabora com informações sobre outros estrangeiros que podem ter participado das manipulações.
Os dois malaios foram identificados a partir das revelações do ex-jogador Márcio Souza, que fez acordo de delação premiada com as autoridades paulistas. Souza foi atleta na Indonésia, outro foco das investigações, e é apontado como elo entre os asiáticos e o braço brasileiro da organização.
A quadrilha atuava principalmente em partidas de torneios de divisões inferiores em São Paulo e no Norte e Nordeste, além de competições de base – foi um jogo sub-20 paulista, em 2015, que serviu de estopim para as investigações.
Também foram indiciados os empresários Carlos Rabelo, Wanderley Cordeiro e Wanderley Cordeiro Júnior, os ex-jogadores Rodrigo Guerra, Márcio Souza e Carlos Luna, o treinador Marcos Ferrari e o dirigente Jefferson "Viola".
Ainda em agosto, um segundo inquérito foi aberto pela Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) de São Paulo para apurar novas denúncias de manipulação. As suspeitas são de que outras quadrilhas atuem no esporte de São Paulo.
Com informações do GloboEsporte
