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Dupla BaVi se compromete com MP-BA a fazer campanha contra discriminação da mulher no futebol

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Primeiras ações devem ser apresentadas na próxima partida  |   Bnews - Divulgação Divulgação / MP-BA

Publicado em 30/10/2018, às 09h34   Redação BNews


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Um termo de cooperação técnica firmado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) com o Esporte Clube Bahia e o Esporte Clube Vitória na manhã desta segunda-feira (29) deve garantir a implementação de ações que fortaleçam o combate à discriminação contra a mulher no estado. 

Segundo o órgão, os clubes se comprometeram a realizar campanha contra a discriminação de gênero no futebol e as primeiras ações devem ser apresentadas já no próximo BaVi. A campanha terá a finalidade de “fortalecer a defesa dos direitos das mulheres, que vêm enfrentando o preconceito e a discriminação fabricada a partir de uma matriz sexista e machista”. 

“Sabemos todos da importância dos clubes para os torcedores e torcedoras e do grande número de pessoas que as suas ações alcançam. Às vezes, verificamos uma disseminação da discriminação contra a mulher no futebol e cabe também aos clubes agirem contra isso”, salientou a procuradora-geral de Justiça Ediene Lousado. Ao assinar o documento, ela reforçou: “precisamos nos unir, a participação de vocês é muito importante para fortalecermos a luta contra a discriminação”.

A campanha também tem o objetivo de contribuir com a promoção da igualdade de gênero, visando manter uma sociedade mais justa e solidária, conforme preceituado pela Constituição Federal de 1988. Além disso, busca promover a liberdade de expressão, locomoção e de participação feminina nos estádios e nos ambientes esportivos de um modo geral. Segundo a promotora de Justiça Lívia Vaz, coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher e da População LGBT (Gedem), o futebol, infelizmente, continua sendo espaço de disseminação do preconceito e de vários tipos de violência. 

“Embora algumas ações pareçam uma forma de violência pequena, são essas violências que naturalizam outras formas de violência”, alertou ela, pontuando que a campanha é um primeiro passo para o trabalho conjunto. Coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH), a promotora de Justiça Márcia Teixeira destacou a sua satisfação em ver os clubes assumirem o compromisso, concordando em serem aliados na defesa dos direitos das mulheres. Esta é uma aliança muito importante, porque temos o mesmo objetivo: diminuir o registro do número de violência no estado. Márcia Teixeira também chamou atenção para a questão do enfrentamento à violência sexual, que é muito relevante.

Na oportunidade, o vice-presidente do Bahia, Vitor Costa, lembrou do cenário de intolerância existente no país e ressaltou que o clube de futebol, com o acesso fácil que tem com a massa, tem um papel importante de promoção de ações de conscientização. Ele informou que 35% do público das partidas de futebol é formado por mulheres. Representando o presidente do Vitória, o diretor de Mercado e Comunicação, Anderson Nunes, registrou que os clubes não podem ser furtar à sua responsabilidade e afirmou que o Vitória estará à disposição para trabalhar iniciativas nesse sentido. A articulação entre os clubes e o MP-BA visa a proteção e defesa dos direitos humanos das mulheres em situação de risco e/ou violência urbana, doméstica e familiar. 

Conforme o termo, apesar do significativo público feminino nas torcidas dos times de futebol, no Brasil, especialmente na Bahia, ainda persistem, no meio futebolístico, atitudes preconceituosas e discriminatórias contra as mulheres, com reprodução da violência de gênero, notadamente de caráter moral e psicológico. Não raro, como provocação às torcidas rivais, os jogadores de futebol se utilizam desse tipo de comportamento desrespeitoso e machista. Por isso, a necessidade de prevenir esse tipo de comportamento por parte dos jogadores de futebol dos clubes e resguardar os direitos das mulheres, com ênfase no direito ao lazer e ao esporte de forma igualmente digna.

A promotora de Justiça Nadja Brito Bastos também participou do ato.

Classificação Indicativa: Livre

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