Esporte

Rubinho chega ao 19º GP Brasil e diz que não para

Imagem Rubinho chega ao 19º GP Brasil e diz que não para
Sem ansiedade, brasileiro diz que principal chance em 2012 é continuar na Williams  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/11/2011, às 09h45   Redação Bocão News



Em seu 19º GP do Brasil, quase metade das 40 edições da prova, Rubens Barrichello é uma pessoa tranquila. Aos 39 anos, apesar de não ter certeza se estará na Fórmula 1 em 2012, ele prefere não pensar no futuro imediato, mas diz que as negociações para a 20ª temporada estão em curso e que a Williams, sua atual equipe, continua a ser seu principal caminho.


- Não vou me despedir do Brasil e nem o Brasil vai se despedir de mim. É um fim de semana de amor. Sinto que estarei aqui no ano que vem. Só vou me despedir uma vez dos brasileiros e espero que seja com 114 anos (risos). Não tenho medo de deixar de me despedir. Amo o país e estou aqui pela torcida. Veja quanta gente boa não durou na Fórmula 1. Estar aqui há 19 anos é muito bom e quero estar competitivo no 20º. Nunca estive tão bem fisicamente e seria um desperdício não utilizar a minha competitividade agora. Nem sei o número de corridas que disputei. Para mim, o que vale é o fato de lutar por uma equipe (a Williams) que será melhor em 2012. Vejo como uma chance a mais. Quero ir com tudo - disse Rubinho.
Por isso, Rubinho prefere curtir os dias em Interlagos. Ele fez questão de levar a família para o autódromo e aproveitar cada momento. Cada passagem pela entrada do paddock, a parte de trás dos boxes, é uma festa para o público, que não cansa de gritar o nome do piloto. As dificuldades das primeiras corridas no Brasil ficaram para trás.

- No começo, Interlagos era uma situação de muita pressão para mim. Queria abraçar o mundo. Foi muito, muito difícil. Mas tudo isso me deu essa alegria e a paz que tenho. É bom olhar para o público e sentir aquele carinho. Meu coração está em paz. É a melhor semana do ano, estou vivendo um momento especial. Tenho de me orgulhar desses 19 anos, pelo fato de ainda andar bem. Ninguém vai fazer o favor de deixar o Rubinho correr. Se Deus quiser e eu realizar esse sonho, será porque acharam que eu era competitivo, e isso terá um valor até maior do que a parte financeira, o que acontece muito na Fórmula 1 atualmente.
Sobre as negociações, Rubinho não dá muitas pistas. As conversas com a Williams são as mais fortes, mas outras equipes também estão interessadas em seus serviços. E para os pessimistas, ele faz questão de lembrar que viveu uma situação parecida no fim de 2008, quando a Honda saiu da F-1. Ele assinou com a Brawn GP e disputou o título mundial de 2009.
- Existem outras negociações. Com a Williams é forte porque você não precisa ligar, você vê o pessoal sempre. Minha tranquilidade é por ter entendido a situação. Algumas pessoas podem falar que o Rubinho sabe mais do que ele quer contar. Mas realmente não sei. Como mostro serenidade, as pessoas acham que estou fechado e tranquilo, mas não é isso. Trabalhei muito a minha cabeça. Nos meses de outubro, novembro e dezembro, o melhor é não ler o noticiário. O bom é que passei por essa mesmíssima situação de 2008 para 2009. O quadro é bom, sou querido, a minha experiência e velocidade são o que eles esperam. Mas o mundo hoje precisa de certas coisas e entendo a parte financeira. Tem alguns complicadores, mas dá para resolver.
Tudo isso após uma temporada complicadíssima para a Williams, que apareceu muito bem nos testes de pré-temporada, mas caiu muito já no início do ano. Rubinho admite que a equipe andou com pouca gasolina no tanque, mas o problema maior foi a altura do carro. Com ele cheio de combustível, ele ficava baixo demais, fora do regulamento. E os ajustes não foram os ideais.
- A gente estava andando com menos gasolina do que a galera nos testes. O carro se comportou de uma maneira que parecia melhor. No fim, tivemos noção de ele não poderia ficar tão baixo para a aerodinâmica. A equipe não conseguiria manter o carro dentro do regulamento. Aí danou-se tudo. Não estávamos competitivos na primeira prova e depois não houve o progresso durante o ano. Isso não se deve à falta de tentativas. Eles tentaram arrumar. Mas, com a saída do Sam Michael (ex-diretor-técnico) e a entrada do Mike Coughlan, ficou um vácuo.
Com tudo isso, quem sofre mesmo é a família do piloto: os filhos Eduardo, de 10 anos, e Fernando, de 6, e a esposa. Silvana. Rubinho diz que eles mantém a calma e o incentivam incondicionalmente. O brasileiro admite que, se não correr em 2012, ficar ao lado da esposa e dos filhos será bom. Entretanto, ele acha que ainda não está preparado para isso.
- O sofrimento maior é da família. Eles me incentivam 100%, querem saber o que se passa na minha cabeça e passo uma calma muito grande. Até os acalmam, mas eles ficam naquela ansiedade. O pai quer saber o que o filho está pensando, a esposa quer saber do marido. As crianças é estão tranquilas, sabem que o papai vai sair para correr. Tenho um lado muito acolhedor pós-Fórmula 1, não estou preparado para ele, mas é muito acolhedor.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp