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Vídeo: Daiane dos Santos chora com prata de Rebeca Andrade: "Disseram que negras não poderiam"

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Essa foi a primeira vez que o Brasil conquistou uma medalha na ginástica artística na modalidade feminina  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Globo

Publicado em 29/07/2021, às 12h57   Redação BNews


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Depois da ginasta Rebeca Andrade subir ao pódio nas Olimpíadas de Tóquio nesta quinta-feira (29) com a medalha de prata, a ex-atleta Daiane dos Santos foi às lágrimas com a conquista da colega durante a cobertura dos jogos na TV Globo. Essa foi a primeira vez que o Brasil conquistou uma medalha na ginástica artística na modalidade feminina. 

Daiane destacou a importância de uma mulher negra estar entre as três melhores do mundo. A ex-ginasta foi a primeira atleta negra do mundo a conquistar a medalha de ouro, além de ser a primeira brasileira a se tornar campeã mundial de ginástica artística. 

"A primeira medalha de ouro do Brasil foi negra e agora a gente tem a primeira medalha olímpica da ginástica artística, [conquistada por] uma negra. Durante muito tempo as pessoas disseram que não poderia ter uma ginasta, que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes e a gente vê hoje a primeira medalha numa menina negra", emocionou-se.

"Tem uma representatividade muito grande por trás de tudo isso. Uma menina que veio de origem muito humilde, foi criada por mãe solo como a dona Rosa, aguentou várias lesões e está aí hoje para ser a segunda melhor atleta do mundo, uma brasileira. Não consegui me expressar direito porque é muito difícil, sabe?", completou.

Racismo

Em entrevista à revista Marie Claire, Daiane falou sobre as situações de racismo que sofreu enquanto servia o país na modalidade. Ela diz que algumas colegas a evitavam e olhavam de maneira diferente. 

"Acho que não existe uma pessoa preta que não tenha sofrido racismo na vida. O que acontece é que muitas pessoas não entendem o que estão passando, não sabem diagnosticar. Comigo, houve situações na seleção, nos clubes, de pessoas que não queriam ficar perto, que não queriam usar o mesmo banheiro!"

"Aquele tipo de coisa que nos faz pensar: opa, voltamos à segregação. Banheiros para brancos e banheiros para pessoas de cor. Teve muito isso dentro da seleção. E além da questão da raça, tem a questão de vir do sul, de não ser do centro do país, de ter origem humilde. Ou seja: ela é tudo o que a gente não queria aqui!", lembra.

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