Esporte

Perrengue e fé: TV da família de Hebert falha antes da luta e mãe se apega à santa

Montagem Bnews
O baiano enfrentará no sábado (7) o ucraniano Oleksandr Khyzhniak na luta pelo ouro  |   Bnews - Divulgação Montagem Bnews

Publicado em 05/08/2021, às 10h40   Nilson Marinho


FacebookTwitterWhatsApp

Já passava das 3h desta quinta-feira (5), horário de Brasília, quando o boxeador Hebert Conceição, de 23 anos, se preparava para subir no ringue em busca de uma vaga na final da categoria até 75kg do boxe nas Olimpíadas de Tóquio. Àquela altura, aqui, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, a família já estava reunida em frente à TV para ver o baiano derrotar o russo Gleb Bakshi.

Como imprevistos acontecem – às vezes em momentos mais inapropriados –, o televisor parou de funcionar. Salvos por um vizinho, que de bate-pronto cedeu à sala de casa, os familiares do pugilista puderam assistir a luta (veja vídeo abaixo).

Com melhor ritmo e mais acertos de golpes, Hebert foi o campeão. Agora, ele enfrentará no sábado (7) o ucraniano Oleksandr Khyzhniak na luta pelo ouro.

"Quando chegou na hora a televisão não pegou, de última hora corremos para a casa do vizinho, ficamos fazendo zoada, mas foi maravilhoso. A energia, fé e confiança que todo mundo deposita nele é contagiante", diz Nairan Conceição, 27, uma das três irmãs do atleta.

A mãe de Hebert, Ieda Conceição, 61, apertava contra o peito uma imagem de Nossa Senhora Aparecida enquanto o filho era anunciado como o vencedor. Mal conseguiu olhar para a TV durante todo o combate e sequer entendeu o recado do caçula após a consagração. “Ai, minha santinha. Herbert falou o quê, gente? Eu não ouvi"

Depois de ser anunciado campeão, Hebert manda recado motivacional (Foto: Reprodução/GloboPlay)

"Acredite sempre no seu potencial e trabalhe, não passe por cima de ninguém que as coisas acontecem. Estamos juntos, Salvador, Bahia", disse o boxeador encarando a câmera. 

O contato entre a família e o atleta não é frequente, seja pelo fuso horário de 12 horas, ou pelo período de concentração que ele precisa se submeter antes de subir no ringue. Numa conversa breve com a irmã, o baiano disse que estava confiante e feliz pelas conquistas. 

“Ele é muito focado e responsável, não gosta de tirar o foco de nada, o contato com ele é muito pouco [...] Ontem, umas 5h [horário de Brasília], eu perguntei como ele estava se sentido. Hebert disse que estava super feliz por trazer o sorriso para os brasileiros, já que estamos vindo de um contexto muito difícil nesses últimos dois anos”, conta Nairan.

Festa

Antes de se encontrar no boxe, Hebert entrou numa escola de futebol, arriscou a capoeira e passou pelo jiu jitsu. Aderiu às luvas especialmente para perder peso, sem imaginar que mais a frente estaria entre os melhores do mundo no esporte. 

Quando desembarcar em Salvador, seja com uma medalha de prata ou de ouro, será recebido com festa pela família. Festa com direito ao que ele mais gosta: comida. Não qualquer uma, baiana, frisa a irmã. 

Matérias relacionadas:

Baiana Bia Ferreira supera algoz e tem chance de levar o ouro no boxe feminino

Abner Teixeira fica com a medalha de bronze no boxe em Tóquio

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp