Esporte

Os 7 pecados da Arena Fonte Nova

Eli Correa
Bocão News faz levantamento de denúncias e relatos de torcedores  |   Bnews - Divulgação Eli Correa

Publicado em 28/04/2013, às 10h37   Leonardo Santana (Twitter: @leosouzasantana)


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O povo baiano foi presenteado no dia 7 de abril com o maior e mais moderno equipamento esportivo de todos os tempos construído em Salvador: a Arena Fonte Nova. Entretanto, o que era para ser uma relação apenas de amor, tem se tornado por diversas vezes de ódio.

Dezenove dias e quatro partidas disputadas após a inauguração, e prestes a receber o evento-teste da FIFA – o clássico entre Bahia e Vitória – neste domingo (28), a equipe de reportagem do Bocão News fez um levantamento e uniu as principais denúncias e reclamações dos torcedores que têm frequentado o estádio e lista os ‘7 pecados capitais cometidos pela Arena’. Confira:

1-  Confusão na venda de ingressos para a inauguração: a administração do estádio falhou na organização e não acreditou na força da torcida baiana na primeira comercialização de entradas para o novo estádio. Bombas de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha foram utilizadas pela polícia para conter torcedores que tentavam, aos empurrões, garantir o ingresso para o clássico inaugural. Funcionários de empresas terceirizadas que trabalharam na construção do estádio comercializaram entradas de forma irregular. Neste caso, na época, o presidente da Arena Fonte Nova, Frank Alcântara, declarou ter acreditado na ‘boa fé’ de todos envolvidos e, logo em seguida, demitiu os três servidores envolvidos no episódio.

2-Crianças a partir de 2 anos pagam ingresso: os torcedores baianos que estão acostumados a levar sua família aos estádios terão que se readaptar a esta nova realidade. Se em Pituaçu ou no Barradão crianças até 12 anos não pagam ingresso, na Arena com três anos de idade já há cobrança. Frequentadores do local que estavam acostumados a gastar em média 20 a 30 reais para ir ao estádio e podiam levar os filhos, que são o futuro do esporte, reclamam dos preços abusivos das entradas e da falta de bom senso em relação à cobrança para crianças, até mesmo de colo. Para se ter uma ideia, nesta semana, a partida realizada entre Bahia e Bahia de Feira teve ingressos mais caros do que o amistoso realizado no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, entre Brasil e Chile.

3-Preço abusivo na cobrança de estacionamento: na antiga Fonte Nova, quem estava acostumado a estacionar seu veículo nas imediações do Dique do Tororó ou de Nazaré pode começar a preparar o bolso. O estacionamento privativo do estádio cobra o valor de R$ 25,00 para ‘acolher’ o veículo do torcedor. A cobrança é mais cara do que em qualquer evento ou show realizado na cidade. Além disso, diversos torcedores denunciaram que estacionaram seus carros no entorno do estádio em dias de jogos e tiveram seus veículos guinchados e multados pela Transalvador. Ou seja, o torcedor se vê obrigado a pagar o valor abusivo cobrado pela Arena para estacionar seu veículo, para não ter um prejuízo ainda maior com o reboque do órgão municipal, que chega ao valor de R$ 250,00.

4- Sol e chuva nas arquibancadas: o novo estádio é totalmente coberto e a promessa era de que os frequentadores das arquibancadas não seriam ‘atingidos’ pelo sol, muito menos pela chuva. Entretanto, já na partida inaugural, torcedores do setor Leste, no anel inferior, reclamaram do forte calor e dos raios solares que incomodavam no local. Já na última quarta-feira (24), na partida entre Bahia e Bahia de Feira, com as fortes chuvas que atingiam a capital baiana, torcedores do setor Leste e Norte, no anel inferior, tiveram que se deslocar para a parte mais alta do estádio, já que o local ficou completamente molhado devido à chuva e ao vento forte na região.

5- Assentos apertados: assim como em Pituaçu, a Arena Fonte Nova possui assentos para os torcedores em toda a sua extensão. Entretanto, torcedores denunciaram ao Bocão News, o ‘aperto’ pelo qual têm passado ao tentar se deslocar pelo equipamento. Imagens comprovam que, de fato, as cadeiras foram mal instaladas e a separação entre os assentos é mínima. A circulação de torcedores durante as partidas é bastante complicada.

6-Sócios-torcedores do Bahia barrados: torcedores do Bahia que pertencem ao programa ‘Torcedor Oficial do Bahia’ (TOB) denunciaram ao site a confusão que houve no jogo do time na última quarta-feira (24) no estádio. Segundo um dos envolvidos, os TOB’s foram impedidos de entrar no equipamento esportivo. Ainda de acordo com o denunciante, Tiago Queiroz, gerente de operações da Arena Fonte Nova, tratou os torcedores envolvidos com arrogância e houve um grande transtorno no local.

7- Lanches caros: os bares da Arena Fonte Nova, patrocinados pela Itaipava, são muito bonitos e limpos. Entretanto, quem estava acostumado a comprar ‘churrasquinho de gato’ e rolete de cana-de-açúcar no antigo estádio terá que se readaptar. Torcedores têm reclamado dos produtos industrializados e dos valores abusivos cobrados nas lanchonetes do local: a pipoca é R$ 9,00, o salgado R$ 7,00, mas pode chegar a R$ 12,00, e o copinho de água é R$ 3,00. Isso sem falar que não há vendedores ambulantes no estádio, ou seja, o torcedor é obrigado a consumir nos bares.

Além destes fatos, pode-se citar um fato inusitado que aconteceu na última quarta-feira (24). Em uma transmissão do jogo na Arena ao vivo pela Rádio Sociedade AM, a repórter Ana Portela reclamou bastante porque, por conta da setorização, não podia ter acesso a outros setores do estádio. Por alguns instantes, a radialista - que entrou no estádio pela Tribuna de Imprensa - foi barrada e não pôde ir ao encontro dos torcedores nas arquibancadas para realizar seu trabalho. Depois de muitas idas, vindas, conversas e reclamações, a mesma conseguiu ter acesso aos locais que desejava e pôde realizar entrevistas com os torcedores e fazer seu trabalho.

O Bocão News faz estes alertas para que a administração do estádio tome conhecimento dos fatos e possa melhorar cada vez mais, já que o local sediará os maiores eventos esportivos de futebol do mundo: a Copa das Confederações e a Copa do Mundo.

Matéria publicada dia 27 de abril, às 30h37

Classificação Indicativa: Livre

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