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Jogo dos 7 erros: a derrocada de MGF no comando do Bahia

Imagem Jogo dos 7 erros: a derrocada de MGF no comando do Bahia
Confira os principais problemas da gestão Tricolor na atual temporada  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/05/2013, às 09h16   Leonardo Santana (Twitter: @leosouzasantana)


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O número 7 ficou marcado na história do Bahia mais uma vez após a goleada humilhante diante do Vitória na primeira partida da final do Campeonato Baiano, neste domingo (12), na Arena Fonte Nova. Neste momento de crise do Tricolor, o Bocão News faz o ‘jogo dos 7 erros’ e lista os principais equívocos cometidos por Marcelo Guimarães Filho, presidente do Bahia, na atual temporada e que culminaram com a derrocada do Esquadrão no primeiro semestre de 2013. Confira:

1-      Venda de Gabriel: ‘xodó’ da nação tricolor e único destaque do time na temporada passada, Gabriel foi vendido no início de 2013 a ‘preço de banana’. O meia atacante, principal referência de lucidez no meio campo do Bahia, revelado nas divisões de base, foi negociado para o Flamengo com parcelas divididas em cincos vezes até 2014. Na época, Marcelinho disse que traria algum jogador a altura da jovem promessa. Até hoje a torcida espera.

2-      Manutenção da base de jogadores: no início da temporada, Marcelinho resolveu manter o ‘esqueleto’ do time campeão baiano em 2012. Segundo o presidente, Marcelo Lomba, Titi, Danny Morais, Fahel, Diones, Hélder e Souza, só para citar alguns, conquistaram o título estadual e mereciam o crédito da torcida. O mandatário esqueceu que essa mesma base lutou dois anos consecutivos para não ser rebaixada no Campeonato Brasileiro e em 2011 sequer foi à final do estadual.

3-      Paulo Angioni no comando: o diretor de futebol do Bahia ganhou moral e respaldo após conquistar o acesso à primeira divisão em 2010. Com as idas recorrentes de Marcelinho à Brasília - o dirigente é deputado federal – Angioni tinha carta branca para mandar, desmandar e contratar no Tricolor. Em três anos, o gestor trouxe 103 jogadores para o Fazendão. No período, os custos da “atividade futebol” superaram os R$ 100 milhões, segundo os boletins financeiros de 2010, 2011 e 2012. Aleílson, Cacá, Arilton, Dênis, Bruno Paulo, Pedro Beda, Reis, Diego Varejão, Val, Mosquera, Rafael Jataí, Renato, Murilo e Luizão são algumas das aquisições feitas por Angioni, que a torcida não deve e nem quer se lembrar da maioria deles.

4-      Retorno de Joel Santana: a contratação de Joel Santana foi questionada pela torcida desde o primeiro momento em que houve uma especulação do retorno do treinador ao Bahia. O técnico ultrapassado tem fama de boa praça e nada mais. Chegou ao Tricolor sob total desconfiança dos torcedores por ter chamado o clube de ‘sardinha’ em 2011 e ter deixado o time no início de 2012 para treinar o Flamengo. Em enquetes realizadas na internet, 90% dos tricolores chegaram a rejeitar a contratação do técnico. Mesmo assim, MGF trouxe ‘Papai Joel’ para mais um vexame no comando do Bahia.

5-      Contratações ‘pontuais’ de MGF: no início da temporada o presidente do Bahia declarou que faria apenas contratações pontuais para a disputa do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste. Até o momento, o dirigente contratou 17 jogadores em 2013. Potita, Brinner, Thuram, Fernandão, Adriano Michael Jackson, Obina, Magal, Pablo, Douglas Pires, Demerson, Raul, Toró, Lucas Fonseca, Rafael Donato, Freddy Adu, Rosales e Marquinhos Gabriel foram as aquisições pontuais feitas pelo gestor. Destes jogadores, seis entraram em campo no vexatório BaVi deste domingo (12).

6-      Discussões em redes sociais: o temperamento forte de Marcelinho manifestado em redes sociais já fez com que o dirigente Tricolor ficasse conhecido nacionalmente como o “rei da baixaria”. O gestor já mandou torcedor tomar naquele lugar, xingou tricolores e chegou a discutir com uma pessoa dentro de um hospital, onde sua esposa estava internada. Em diversos casos, o mandatário demonstrou bastante nervosismo, diante de situações e críticas, que uma pessoa pública e representante de um grande clube, deveria estar acostumada e deveria agir de outra forma.

7-      Estatuto do torcedor obscuro e conselheiros omissos: grande questionamento da torcida do Bahia, o estatuto do torcedor segue como um dos problemas da atual gestão. O direito a voto para presidente é a principal reivindicação dos tricolores. Entra ano e sai ano, Marcelinho promete eleições diretas e nada muda. Os conselheiros, omissos em sua maioria, votam para assumir a presidência, apenas candidatos de chapas constituídas por membros ligados a atual gestão do clube. Neste ano, uma assembleia que seria realizada para tratar do tema foi cancelada por questões de segurança, pois torcedores prometeram realizar manifestações no local. Até o momento o encontro não foi remarcado e caiu no esquecimento.

Após todos estes erros, eliminação na primeira fase da Copa do Nordeste, segunda colocação na classificação do Campeonato Baiano, três derrotas para o Vitória dentro de casa, sendo duas por goleada, como medidas emergenciais, Marcelinho demitiu o diretor Paulo Angioni e o técnico Joel Santana. Jogadores devem ser dispensados do clube nos próximos dias, mas, mesmo com protestos e manifestações contrárias à sua gestão, o mandatário segue firme no cargo mais alto da cúpula Tricolor.

Matéria publicada dia 13 de maio às 14h13

Classificação Indicativa: Livre

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