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Caso Léo: denúncia do Galáticos ganha repercussão nacional

Imagem Caso Léo: denúncia do Galáticos ganha repercussão nacional
Atlético-PR utilizou verba de estádio para contratar lateral-direito  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/03/2014, às 06h11   Redação Galáticos Online


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A denúncia feita pelo Galáticos Online, em primeira mão, no último sábado (8), em relação ao pagamento do Atlético-PR referente à aquisição de 50% dos direitos econômicos do jogador Léo ganhou repercussão nacional nesta terça-feira (11). O site antecipou que a conta responsável pelo pagamento de R$ 1,5 milhão, a CAP S/A, foi criada para receber incentivos fiscais, federais, estaduais e municipais para a reforma da Arena da Baixada visando a Copa do Mundo de 2014, e agora ganhou as páginas do Jornal Folha de São Paulo, um dos maiores veículos impressos de circulação no país.

Segundo o periódico, a conta da CAP S/A, de onde saiu o valor, “recebeu R$ 226,4 milhões de dinheiro público. São financiamentos do BNDES, que liberou R$ 131,1 milhões, e do governo do Paraná, cujo empréstimo foi de R$ 95,3 milhões. Essa quantia deveria ser utilizada exclusivamente para a reforma do estádio”.

Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, “não é possível saber se o R$ 1,5 milhão usado na contratação é dinheiro público ou do próprio Atlético-PR. No entanto, a quantia não poderia ser utilizada para outro fim que não fosse a reforma do estádio”.

Em entrevista ao jornal, o coordenador-geral da Copa no Estado do Paraná, que também desconhecia a operação, mostrou-se surpreso. “O dinheiro da CAP S/A é para a Copa”, explanou o dirigente.

A falta de verba para a conclusão da Arena da Baixada, inclusive, colocou em risco a participação do estádio e de Curitiba na Copa do Mundo.

Sobre a CAP S/A

A CAP S/A Arena dos Paranaenses foi criada no dia 25 de julho de 2011, após Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo do Clube Atlético Paranaense, ficando responsável por todas as questões relacionadas a viabilidade econômica financeira da obra de construção da obra da ARENACOPA, administração de recebíveis, garantias para o projeto, contratação de fornecedores, responsabilidade técnica, responsabilidade comercial, civil e penal.

Entenda o caso

O Clube Atlético Paranaense acionou na Justiça ação onde pede para que o Esporte Clube Vitória o ressarça no valor de R$ 1,5 milhão, mais juros corrigidos, para a Justiça da Bahia. A equipe do Paraná afirma que pagou o valor ao rubro negro baiano referente a 50% dos direitos federativos do lateral-direito Léo, mas o jogador terminou indo defender o Flamengo, que comprou por R$ 2 milhões os outros 50% do passe do atleta.

Em entrevista ao Galáticos Online, o presidente do Vitória, Carlos Falcão, explicou a situação da negociação do atleta. “Houve um pagamento pela aquisição de 50% dos direitos econômicos do jogador. Quando o Vitória celebrou o contrato de empréstimo, ele garantiu ao Atlético o direito de preferência de comprar 50% do jogador por R$ 1,5 milhão. O Atlético exerceu esse direito e depositou R$ 1,5 milhão pela aquisição de 50% dos direitos econômicos. Porém, o Atlético não fechou o contrato com o jogador e o jogador preferiu ir jogar em outro clube, no caso o Flamengo. O Vitória então vendeu os outros 50% que tinha para o Flamengo. Uma transação normal, inclusive no mercado, porque, por coincidência o próprio Vitória e o Atlético-PR têm Dinei, onde cada um detém 50%. Tem centenas de exemplos de jogadores que os direitos econômicos pertencem a mais de um clube e foi o que aconteceu”, contou o dirigente.

Segundo o presidente do Vitória, o clube não é obrigado a devolver a quantia ao Furacão. “Contratualmente, não existe nenhuma cláusula no contrato que determine a devolução do dinheiro em caso de arrependimento. O Atlético adquiriu os 50%, não pagou o que devia por estes 50% e agora se acha no direito de cobrar do Vitória uma negociação contratual correta que foi a venda dos 50%. O Vitória tem a obrigação, se caso eles depositem os R$ 500 mil, instrumentalizar, formalizar, a transferência dos seus 50% para o Atlético, que não fez porque eles não pagaram”, revelou o dirigente.

Falcão mostrou ainda indignação com a ação movida pelo clube paranaense e prometeu que as devidas providências serão tomadas pelo Vitória. “Entendemos essa ação como totalmente descabida, uma litigância de má fé. Iremos nos defender para provar que o Vitória obedeceu todo o rito estabelecido no contrato. O Vitória não se recusou a renegociar e até permanecer com os 50%, porque entendemos que o valor que foi pago foi muito pouco pelo jogador, mas mesmo assim entendendo que o valor era pouco, cumprimos o contrato e colocamos a disposição deles esse percentual desde que eles complementassem o valor. Nossos advogados estão instruídos para, inclusive, nessa defesa, buscar o ressarcimento moral, material, a indenização, pela ação indevida que estão movendo contra o Vitória. A Justiça irá no futuro mostrar quem está com razão, se o Vitória ou o Atlético”, finalizou o presidente rubro negro.


Publicada no dia 11 de março de 2014, às 12h16

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