Os quatros jogadores afastados do Botafogo, Emerson Sheik, Edilson, Julio César e Bolivar soltaram o verbo contra o presidente do clube carioca, Maurício Assumpção. Na tarde desta quinta-feira (15), os atletas se reuniram e concederam entrevista coletiva onde detonaram a gestão do dirigente e tentaram explicar suas saídas do clube.
"Bom, acho que quando a gente é contratado pelo clube não é por e-mail ou telefone. O presidente tinha que ser homem de chegar na gente e falar a verdade. Acho que isso foi o que mais nos deixou chateados. Ele tinha que ser homem de chegar na gente e assumir a responsabilidade de assumir. Hora nenhuma ele falou com a gente", destacou o lateral-esquerdo Julio César.
Já o lateral-direito Edilson, que acumula passagem pelo Vitória, relatou o esforço que teve com a camisa do clube carioca. "Nunca fiz corpo mole em momento algum. Isso não é da minha pessoa. Todos viram minha entrega nos jogos e nos treinos. Eu me doava. Contra o Ceará, acabei me machucando. Acho uma falta de caráter da parte dele me acusar dessa forma. Os médicos me deram previsão para voltar dia 15, contra o Santos. Tentei viajar contra o Inter, mas infelizmente não consegui", disse.
Enquanto isso o zagueiro Bolivar comentou sobre o relacionamento dos atletas com o presidente. "A gente não tinha contato fazia um bom tempo com o presidente... Quando o Jefferson falou aquilo, era sobre aquela questão. Fazíamos reuniões com o Mancini, de cobrança com os jogadores. A gente quer o melhor para o Botafogo, vamos torcer para o clube sair desta situação", completou o defensor.
Mais duro com as palavras, Emerson Sheik chegou a dizer que tem pessoas no Botafogo que passam fome e que se alimentam no clube, pois não têm condições de comprar comida para casa. "Tem gente no clube que passa fome. Tô errado? (olha para os demais). Tem gente no clube que faz todas as refeições lá porque não tem em casa. Somos seres humanos. Tem gente com filho recém-nascido".
O ex-atacante do time carioca ainda elogiou o treinador Vagner Mancini. "Quando aconteceu tudo isso, eu pensei: 'Esse cara só pode estar de sacanagem'. Vim de um lugar que não faltava remédio, meus companheiros não pediam dinheiro para gasolina. A diretoria se fazia presente. A comissão técnica tenho que elogiar. Mancini é um cara extraordinário. Mancini é um cara que Deus colocou na vida do Botafogo este ano", finalizou.
