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Cria de 7 de Abril, medalhista de ouro Hebert Conceição tentou futebol e MMA antes do boxe

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Baiano de 23 anos chegou a fazer escolinha no Vitória quando pequeno  |   Bnews - Divulgação Wander Roberto/COB/Divulgação

Publicado em 07/08/2021, às 11h20   Léo Sousa


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Dono, agora, da segunda medalha de ouro do Brasil - e da Bahia - na história do boxe olímpico, Hebert Conceição tentou ser jogador de futebol antes de abraçar a modalidade que o levou ao topo do pódio em Tóquio.

Ele chegou a fazer escolinha no Vitória, "mas não deu certo", conta ao BNews Nairã Conceição, de 27 anos, uma das três irmãs do campeão.

"Ele sempre gostou muito de esporte. Quando era pequeno, jogava muita bola [...] Até hoje, quando vem pra Salvador, ele fica procurando baba pra jogar. Fica, com o meu marido, 'e aí, vei, vai ter o baba onde?", diz.

Antes de focar no boxe, o baiano de 23 anos também alimentou o sonho de ser lutador de MMA, inspirado por nomes como Anderson Silva e Vitor Belfort, e também fazia jiu jitsu, depois de passar um tempo na capoeira.

"Depois, ele viu que se encontrou no boxe, as coisas estavam dando certo, então ele se apaixonou pela modalidade e preferiu ficar", conta a irmã.


O pequeno Hebert e a irmã, Nairã Conceição (Foto: arquivo pessoal)

Soteropolitano, Hebert nasceu no bairro de Vista Alegre, no Subúrbio Ferroviário, mas se mudou para Sete de Abril aos três anos, onde a família mora até os dias de hoje.

Na madrugada deste sábado (7), os familiares até tentaram não aglomerar para ver a luta, "mas quem disse? Daqui a pouco, aparece um, aparece outro. Quando vi, já tinha carro de som com Olodum, na porta, naquela agonia", diz Nairã.

"Resultado: Acharam uma TV de última hora, São Pedro colaborou, eu fiquei em casa, com nossa mãe, a namorada dele e minha tia, e o pessoal do lado de fora", conta. 

Apesar da glória final, o embate com o ucraniano Oleksandr Khyzniak foi duro. Hebert perdeu os dois primeiros rounds, mas partiu pra cima no assalto final e nocauteou o adversário com um cruzado.

"Estava todo mundo tenso, ele estava perdendo. Quando aquele cruzado entrou, Ave Maria! Foi um misto de emoções, meio que se orgulhando da medalha de prata, mas ele veio e disse: 'só um minutinho, que vai ser um pouco mais'", afirma Nairã, emocionada.

O ouro foi uma promessa de Conceição ao deixar o Brasil. "Só lembro que quando ele saiu daqui, ele falou 'vou trazer essa medalha'. Eu falei 'quero de ouro' e ele disse que ia trazer. Que de prata, só corrente", diz.

Tricolor

Segundo a irmã, os palavrões soltados por Hebert após a vitória nas quartas de final em Tóquio são cena comum em outro contexto. Fanático pelo Bahia, o boxeador é daqueles torcedores que não se seguram quando o time vai mal. 

"Bastou o Bahia perder, é aquilo ali, não tem jeito. Quem sentar pra assistir o jogo com ele, tem que se preparar, que é isso aí sempre", conta.

Durante a entrevista na transmissão, com a medalha no pescoço, o baiano fez questão de saudar, mais uma vez, a nação tricolor, e soltou um "bora bahêa, minha porreta!".

"Tem gente que fala 'ah, na Bahia eu sou Bahia', 'em São Paulo, eu sou Palmeiras'. Ele não, ele diz 'Na Bahia eu sou Bahia, em São Paulo eu sou Bahia, no Japão eu sou Bahia".

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