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CPI da manipulação de resultados no futebol deve começar na próxima semana

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CPI tem como partida as denuncias realizadas pelo Ministério Público de Goiás  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Instagram- felipecarreras

Publicado em 10/05/2023, às 15h48 - Atualizado às 16h19   Osvaldo Barreto


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Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) deve ser instalada na próxima semana para iniciar investigação sobre a manipulação de resultados de jogos de futebol no Brasil, o pedido foi protocolado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE). Em contato com a assessoria do parlamentar, a equipe do Bnews foi informada que mais de 200 deputados assinaram o requerimento, superior ao mínimo de 171 exigidos para a instalação.

Protocolada no dia 14 de março, a proposta surgiu após a deflagração da operação "Penalidade Maxíma" e "Operação Penalidade Máxima II", que é de responsabilidade do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e investiga a manipulação de três jogos da última rodada da Série B do ano passado. Um apostador, identificado como Bruno Lopez de Moura, teria cooptado jogadores de três times - Vila Nova, Sampaio Corrêa e Tombense - para cometer pênalti no primeiro tempo dos jogos.

A denúncia partiu da diretoria do Vila Nova, que revelou ao MP que Romário, ex-jogador do clube, teria tentado convencer colegas a cometer o pênalti. Bruno pagaria R$ 150 mil por isso. Romário inicialmente seria o responsável pela fraude, mas ele não foi relacionado para a partida. O apostador perdeu a aposta, apesar dos pênaltis cometidos por Matheusinho, do Sampaio, e Joseph, do Tombense.

Em justificação ao pedido de CPI, o deputado Felipe Carreras diz que a agência de monitoramento de apostas esportivas identificou, entre janeiro e outubro de 2022, mais de 130 partidas de futebol suspeitas de manipulação, a maioria em divisões inferiores. 

Posicionamento do STJD

O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Ronaldo Piacente, afirmou em entrevista ao De Primeira que a paralisação do Brasileirão devido a manipulação esportiva é uma medida extrema que só deve ser tomada ante prova cabal.

"Para que se haja a paralisação da competição ou impugnação de partida, o ato teria realmente que influenciar no resultado da partida. Na Série A, por exemplo, o que estamos percebendo a princípio são questões de cartões amarelos e vermelhos. É uma medida extrema [paralisação do Brasileirão], mas prevista no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD)", pontuou. 

Atuação do MP/GAECO de Goiás

Em nota, o MP-GO informou que até o momento 16 pessoas foram denunciadas à justiça por fraudes em resultados de 13 de partidas de futebol, oito delas são do Campeonato Brasileiro da Série A,  uma da Série B de 2022 e quatro de campeonatos estaduais realizados em 2023. 

"Assinada por promotoras e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, a peça é resultado da Operação Penalidade Máxima II e seus desdobramentos, e já foi recebida pelo Poder Judiciário", diz o texto.

No documento, o MPGO esmiúça 23 fatos criminosos ocorridos durante as partidas, nas quais jogadores se comprometeram a cometer faltas para receber cartões e a cometer pênaltis.

Tornaram-se réus na ação: Bruno Lopez de Moura (vulgo BL), Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro (vulgo LF), Victor Yamasaki Fernandes (vulgo Vitinho), Zildo Peixoto Neto, Thiago Chambó Andrade, Romário Hugo dos Santos (vulgo Romarinho), William de Oliveira Souza (vulgo Mclaren), Eduardo Gabriel dos Santos Bauermann, Gabriel Ferreira Neris (vulgo Gabriel Tota), Victor Ramos Ferreira, Igor Aquino da Silva (vulgo Igor Cárius), Jonathan Doin (vulgo Paulo Miranda), Pedro Gama dos Santos Júnior, Fernando José da Cunha Neto e Matheus Phillipe Coutinho Gomes.

Classificação Indicativa: Livre

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