Esporte
Publicado em 24/06/2023, às 07h42 Bruna Fantti / Folhapress
A Polícia Civil investiga uma denúncia de racismo ocorrida em uma loja da Zara, localizada em um shopping da zona oeste do Rio de Janeiro. O jogador de futebol Guilherme Quintino afirma ter sido impedido de sair do estabelecimento e obrigado a mostrar onde estavam as peças que desistira de comprar. Quintino já jogou nos times de base do Flamengo e do Botafogo e, atualmente, está no Volta Redonda.
Em nota, a Zara afirmou que está apurando o ocorrido e que a abordagem relatada pelo jogador não é a prática da companhia nem reflete seu posicionamento e valores.
O caso foi registrado na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). Segundo o boletim de ocorrência, o jogador afirma que foi até a Zara, na Barra da Tijuca, no domingo (18), acompanhado de sua namorada para comprar roupas.
Na loja, Quintino usava uma sacola fornecida pela própria loja para transportar algumas peças. No entanto, ele diz ter desistido da compra e pendurado a sacola em um suporte. Ao tentar sair da loja, um segurança teria o abordado e pedido que ele mostrasse onde estavam as roupas que carregava.
"Me senti completamente constrangido, acuado, discriminado. Infelizmente, o racismo existe, a gente vê muito na televisão, mas senti como dói", disse à reportagem o jogador.
Basta de racismo!
— IzanildoSabino 🦉 Juntos pelo Brasil - Faz o L 🚩 (@izanildo_sabino) June 23, 2023
Mais um ato racista na Zara, um segurança da loja do BarraShopping (RJ) impediu que Guilherme Quintino deixasse do local sem antes mostrar que não havia furtado as roupas que tinha experimentado e deixado no provador.
Que tal fazer um ato público na loja? pic.twitter.com/K9sZeQUZFu
Ainda de acordo com o registro, o segurança mantinha contato com outra pessoa pelo celular, recebendo direcionamento sobre a abordagem. Quintino mostrou onde havia deixado a sacola, momento em que uma funcionária, branca, encontra as roupas.
O casal filma a situação e clientes que presenciaram o ato passam a apontar a discriminação. Um outro casal aparece nas imagens devolvendo as compras que haviam realizado. "Não vou levar nada de uma loja racista", diz uma cliente, na filmagem.
Imagens de câmeras de segurança e a listagem dos funcionários que estavam trabalhando no momento da abordagem já foram solicitadas.
➡️ O caso do jogador de futebol Guilherme Quintino que denunciou racismo na Zara do Barra Shopping, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, segue repercutindo.
— Metrópoles (@Metropoles) June 23, 2023
Em um novo vídeo, clientes que testemunharam a abordagem aparecem devolvendo as compras em protesto.
🎥 Jacqueline Duvivier pic.twitter.com/P9mCbIzmq4
Em comunicado, a Zara afirmou ainda que não admite qualquer ato de discriminação. Veja a nota na íntegra:
"A Zara é uma empresa que não tolera qualquer ato de discriminação e lamenta que o cliente tenha se sentido discriminado em uma de suas lojas. A empresa ressalta que está reforçando todos os processos e políticas de atendimento com as equipes para que suas lojas sejam sempre um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo para todos."
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