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MP-GO aponta empresário amigo de jogadores como intermediário em manipulação de resultados; entenda o caso

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Caso é conhecido como "Operação Penalidade Máxima"  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Instagram

Publicado em 27/07/2023, às 17h00   Téo Mazzoni



O Ministério Público e a Justiça de Goiás investigam um suposto esquema de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro envolvendo o empresário Cleber Vinicius Rocha Antunes da Silva, conhecido como Clebinho Fera, o jogador Sidcley, ex-Cuiabá, e o jogador Pedrinho, ex-Athletico. Esse caso é conhecido como "Operação Penalidade Máxima".

Segundo as autoridades, Clebinho Fera é apontado como intermediador entre Sidcley e Pedrinho, acusando-os de aceitar vantagens financeiras em troca de receber cartões amarelos durante partidas da Série A do Campeonato Brasileiro do ano anterior. No entanto, a defesa de Clebinho e dos atletas nega qualquer envolvimento no suposto esquema.

De acordo com a denúncia apresentada pelo MP-GO, Clebinho teria acertado com Pedrinho um pagamento de R$ 80 mil, sendo metade adiantada, para que o jogador levasse um cartão amarelo em um confronto entre Athletico e Cuiabá, na temporada de 2022. Pedrinho, de fato, foi advertido com um cartão amarelo no final desse jogo.

Clebinho Fera alega que o lateral do Athletico não estava ciente da negociação paralela entre ele e Bruno Lopez, apontado como um dos líderes da suposta quadrilha. O empresário curitibano chegou a enviar uma foto do CT do Caju, do Athletico, no dia da partida, na tentativa de garantir que tudo estava acordado.

Neste processo, Clebinho, Sidcley e Pedrinho se tornaram réus, junto com outras 13 pessoas, todos acusados de envolvimento no esquema de manipulação de resultados. No entanto, é importante destacar que as acusações são apenas alegações e ainda serão julgadas pela Justiça. A defesa dos envolvidos continua negando qualquer participação nas atividades ilícitas.

"Fui presencialmente no jogo. O Pedrinho nem tenta levar cartão, eu fico desesperado e, perto dos 45 minutos, o Bruno (Lopez) me manda mensagem me ameaçando e cobrando R$ 300 mil. Aí, quando o Pedrinho leva cartão no último lance, eu estava muito nervoso, porque ele iria ameaçar o Pedrinho, que nem estava sabendo. Me deu um alívio", afirmou Clebinho.

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Segundo consta no processo, o jogador Sidcley estava envolvido no suposto esquema de manipulação de resultados, sendo acusado de concordar em receber R$ 70 mil para receber um cartão amarelo durante uma partida. Entretanto, o lateral ex-Athletico não chegou a entrar em campo nesse jogo específico.

Clebinho Fera, o empresário apontado como intermediador, relatou que Sidcley afirmou a ele que não participa de esquemas relacionados a cartões amarelos em apostas esportivas, negando qualquer envolvimento com tais atividades ilícitas.

"O Sidcley é bem humilde, não tem muita direção. Tudo dele, eu resolvia. Sou o melhor amigo dele, pessoa de confiança. O Sidcley disse que o Bruno (Lopez) mandou mensagem, mas que ele não ia fazer", completou.

Segundo o processo, Clebinho recebeu R$ 30 mil em depósitos feitos em sua conta.

Todos os réus vão responder pela suposta prática dos seguintes delitos, de acordo com artigos da nova Lei Geral do Esporte:

  • Art. 198. Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
  • Art. 199. Dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Classificação Indicativa: Livre

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