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Na seleção, Neymar se readapta e vira criador entre pontas jovens e rápidos

Lucas Figueiredo/CBF
Neymar não teve uma das suas melhores fases nos últimos jogos  |   Bnews - Divulgação Lucas Figueiredo/CBF

Publicado em 07/06/2022, às 11h41 - Atualizado às 11h51   Gabriel Carneiro/ FOLHAPRESS


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Tite fez alguns testes e usou nove jogadores diferentes entre meias ofensivos e atacantes nos dois amistosos da seleção brasileira nos últimos dias, as vitórias contra Coreia do Sul (5 a 1) e Japão (1 a 0). Entre todos, Neymar foi o que teve mais tempo em campo: 173 minutos coroados com metade dos gols marcados pela equipe no período -todos em cobranças de pênalti.


Além das observações do ataque formado com jogadores de "perninhas rápidas", como definiu o treinador, os jogos de junho serviram para mostrar novas perspectivas sobre o desempenho de Neymar faltando pouco mais de cinco meses para a Copa do Mundo do Qatar. Aos 30 anos, ele já ameaçou que pode ser seu último Mundial e é hoje a maior esperança pelo hexa.


Nos dois amistosos, Neymar teve liberdade quase total na criação de jogadas do Brasil. Não que isso seja exatamente uma novidade no sistema de jogo de Tite, mas ganha importância no contexto dos testes que foram realizados.


Contra a Coreia do Sul, a seleção teve Richarlison como centroavante apoiado por Neymar na criação e Raphinha e Paquetá nas pontas. Já diante do Japão, Richarlison saiu para a entrada de Vini Jr. O astro do Real Madrid ocupou uma das pontas, com Raphinha na outra e Paquetá e Neymar revezando-se entre meio-campo e referência de ataque. São as duas plataformas de jogo que Tite tem procurado aprimorar nessa reta final de preparação para a Copa e em ambas o papel do camisa 10 é fundamental.


Curiosamente, Neymar deu 41 toques na bola nos dois jogos. Em um deles, foi superado só por Raphinha (42) e no outro foi o jogador mais influente do ataque da seleção, aproveitando essa liberdade para circular pelo campo, descolando da última linha do 4-2-4 para ajudar na criação, buscar a bola nos pés dos volantes e laterais para conduzir ao ataque, distribuir passes e também finalizar.

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O cérebro entre as "perninhas rápidas" na faixa central, mas pendendo para a esquerda.
No primeiro amistoso, o camisa 10 fez dois gols em cobranças de pênaltis sofridos por Alex Sandro. No outro jogo, o derrubado na área foi Richarlison.

Mesmo todos os gols na data Fifa tendo sido marcados assim, Neymar deu seu toque ao caprichar na paradinha debochada que deixou o goleiro sul-coreano Seung-Gyu Kim com raiva de si mesmo.


Envolvido nas principais chances da seleção nas duas partidas, Neymar finalizou oito das 18 chances da equipe ontem (6), quando também foi caçado pela forte marcação japonesa e sofreu oito de 18 faltas - algo que foi alvo das críticas de Tite. Isso num contexto em que ele quase não foi escalado contra a Coreia do Sul por causa de uma lesão no pé. Esse lado do camisa 10 de querer estar sempre em campo e brigando contra limitações físicas agrada em cheio à comissão técnica.


Fisicamente Neymar está longe do topo, e não só pelo problema físico do começo da data Fifa. É o fim de uma temporada na Europa em que ele viveu lesões e não engrenou grandes atuações. Uma demonstração disso é a dificuldade para lances pessoais nos jogos da seleção, com arrancadas e dribles.

O grande momento contra o Japão foi um rolinho em Tanaka no meio. Neste jogo contra um adversário mais organizado na defesa e com boa ocupação de espaços entre as linhas ofensivas do Brasil, o impacto das descidas de Neymar ao ataque foi pequeno.


Sempre pressionado pela marcação e diante de coberturas bem-feitas, criou poucas chances: um passe de calcanhar para Paquetá no comecinho, uma tentativa na tabela com Raphinha e um chute dele mesmo colocado, da entrada da área, para boa defesa de Gonda. No mais, abuso de condução de bola e dificuldade no entendimento com Vini Jr, o ponta aberto pela esquerda.


Agora são pelo menos três meses sem jogos da seleção, já que a próxima janela de jogos é em setembro. A novidade é que Neymar está muito perto de passar Pelé em gols contra seleções [chamados de oficiais pela Fifa] com a Amarelinha: são 74 contra 77, só três para virar o maior artilheiro da história da seleção. Que os "perninhas rápidas" ajudem.

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