Pelé escolheu pessoalmente lugar onde seria enterrado; saiba onde

O Rei do Futebol, que faleceu nesta quinta-feira (22), comprou um lóculo no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, há 19 anos. O espaço, que serve como uma câmara para um corpo, foi adquirido por Pelé porque, segundo o atacante, "não parecia um cemitério" e transmitia "paz espiritual e tranquilidade".

A escolha 

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O andar escolhido por Edson Arantes do Nascimento foi o nono, com vista para o Estádio Urbano Caldeira. O cemitério em questão está desde 1991 no Guinness Book, o Livro dos Recordes, por ser o mais alto do mundo, e está localizado no bairro do Marapé. Os restos mortais de alguns parentes e amigos de Pelé estão guardados no local. 

A compra do uso do lóculo aconteceu em 7 de julho de 2003, quando o Rei tinha 62 anos. "Escolhi por sua organização, limpeza e estrutura. É um local que transmite paz espiritual e tranquilidade, onde a pessoa não se sente deprimida, sequer parece com um cemitério", explicou Pelé, à época, para o jornal A Tribuna. 

Na entrevista de 2003, Pelé ressaltou que vem de uma família longeva e revelou que pretendia viver por mais três décadas. " A minha avó morreu com 100 anos. Vivo prometendo que, ao completar um século, estarei dando pontapé inicial de uma partida no Maracanã. Pode ser jogo da Seleção Brasileira ou do Santos. E vou entrar correndo em campo". 

De acordo com o Rei, o número escolhido do andar, o nono, fazia parte de uma homenagem ao pai, João Ramos do Nascimento. "Ele era centroavante e usava a camisa nove. Por isso, escolhi o andar com este número e que dá para ver o estádio. Com certeza, ele iria aprovar a idéia". 

No cemitério, estão enterrados o irmão de Pelé, Jair Arantes do Nascimento, o Zoca, que morreu em 2020; sua filha, Sandra Arantes do Nascimento, que morreu em 2006. Além destes, Antônio Wilson Honório, o Coutinho, parceiro do Rei no clube Santos, que se consagrou bicampeão mundial em 1962/1963, foi enterrado no lóculo em 2019.

A morte do ídolo

O quadro de saúde de Pelé foi agravado no dia 21 de novembro, quando foi constatado por um médico em um boletim indicando uma progressão oncológica no tratamento do ex-atacante. 

O Rei estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 29 de novembro, onde tratava de um tumor no cólon.