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Desacelerar o ritmo e se livrar do perfeccionismo: O que isso tem a ver com a administração do tempo?

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A coach e neurocientista Cecília Barretto compartilha ensinamentos e vivências  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 30/10/2023, às 14h28 - Atualizado em 31/10/2023, às 19h03   Bruna Varjão



A gente pode dar conta de muita coisa, mas não de tudo

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Administrar tarefas numa sociedade que se realiza no imediatismo é um desafio

Administrar as tarefas ao longo do dia, sendo verdadeiramente produtivo e emocionalmente equilibrado, não é uma missão fácil dentro de uma sociedade que se realiza no imediatismo. Querer “dar conta” de tudo deixou de ser algo aplaudido para ser algo preocupante. A coach e neurocientista Cecília Barretto é uma dessas pessoas que precisa se dividir entre os estudos, atendimentos presenciais e online, criação de conteúdo nas redes sociais e vida pessoal. “É necessário entender que a gente pode dar conta de muita coisa, mas não de tudo”, ensina.


Ser prático é precioso

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Quem tem clareza das prioridades diárias sofre menos na administração do tempo

No entanto, as exigências da rotina nem sempre permitem o exercício de elencar prioridades. Sentimentos de medo, insegurança e o perfeccionismo de querer alcançar um alto padrão de desempenho são alguns fatores que paralisam e roubam a facilidade em identificar o que deve ser feito em primeiro plano e o que pode ser secundário. Por isso, ser uma pessoa prática é uma característica preciosa para quem precisa gerenciar uma agenda atribulada. “Quem tem clareza das prioridades diárias, respeitando cada fase da vida, sofre menos na administração do tempo”, garante a coach.

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Insegurança e perfeccionismo

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Buscar plenitude em todas as tarefas é uma armadilha que gera muito sofrimento

E o que fazer quando a insegurança paralisa? Se colocar na postura de aprendiz diante dos desafios e se livrar do perfeccionismo são algumas atitudes eficazes para garantir a execução dos trabalhos. Buscar plenitude em todas as tarefas é uma armadilha que gera muito sofrimento, pois o indivíduo aumenta de forma irrealista suas expectativas em realizar as ações, se envolve em pensamentos negativos e se priva de partir para a próxima demanda. “Questionar essas inseguranças que passam na nossa mente, nos manter atentos a esses pensamentos e tomar uma atitude apesar do que eles (os pensamentos) nos falam, são importantes caminhos para lidar com isso. É necessário saber o momento de entregar a tarefa, mesmo que os argumentos mentais digam o contrário. Para mim, sempre valeu mais a pena começar uma coisa e melhorar ela no caminho do que ficar esperando a perfeição”, ensina.

A hora de desacelerar

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Após descobrir a gravidez, a neurocientista enfrentou problemas psicológicos e precisou pausar o trabalho

A cobrança social é a principal vilã na corrida desenfreada pelo sucesso, que resulta em uma rotina agitada e sem qualidade de vida. Diante dessa realidade, cada vez mais cedo as pessoas buscam a desaceleração do ritmo e isso pode estar diretamente ligado ao desprendimento material. Mas para outros, desacelerar pode não ser uma escolha e sim, necessidade. O corpo se encarrega de apresentar os sinais, obriga a reorganizar prioridades, rotina e ritmo. Fisicamente, esses sinais podem parecer de forma sutil, como um pequeno cansaço, leve dor de cabeça e uma indisposição. Já mentalmente, pode ser através de desconcentração, dificuldade e memórias.

Apesar de ser uma estudiosa sobre o assunto, Cecília também se viu diante da necessidade de desacelerar. Após descobrir a gravidez, a neurocientista enfrentou problemas psicológicos e precisou pausar o trabalho. “Tive que aceitar essa mudança, minhas condições e ajustar minhas responsabilidades, expectativas e frustrações”, conta.

Disciplina é o caminho

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"Quando preciso me dedicar mais a algum projeto, preciso limitar o uso às redes sociais”

Colocar tudo isso em prática pode ser algo desafiador. É preciso disciplina para administrar o tempo, de forma que ele atue como aliado da produtividade. Sobre esse assunto, Cecília traz sua visão sobre as redes sociais. Com mais de 40 mil seguidores, dedica boa parte do tempo às redes sociais, mas ressalta que esta ferramenta pode ser um “ralo de tempo”. “Eu trabalho com isso, então é uma relação diferente de quem não trabalha. Gosto de usar, mas é importante usar com responsabilidade e consciência. Quando preciso me dedicar mais a algum projeto, preciso limitar o uso às redes sociais”, explica.

Para conseguir êxito na admiistração do tempo, Cecília indica a metodologia dos 3Rs (registrar o que deve ser feito; realizar as atividades; e revisar esse planejamento ao final do dia). “Registrar os compromissos fixos em uma agenda, o que precisa ser feito ao longo do dia e da semana numa lista de tarefas diárias, e monitorar essa execução. É muito mais produtivo e aplicável para distribuir o tempo de acordo com as prioridades”, ensina.

Classificação Indicativa: Livre

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