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Fatos & Pitacos: bullying só foi relatado após 1 ano de terapia

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Coluna Fatos & Pitacos vai ao ar toda terça-feira no site BNews, por Bruna Varjão  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 27/06/2023, às 11h35   Bruna Varjão


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Bullying só foi relatado após 1 ano de terapia

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"A escola era muito conteudista e eu, na verdade, precisava de um lugar
que fizesse adaptações e inclusões", concluiu Laianne Gottschall

Laianne Gottschall, 35 anos, administradora, é mãe de Paulo Henrique, de 11 anos. Com 8 anos, a criança foi vítima de bullying no ambiente escolar. Ele hoje é diagnosticado com TDAH, dislexia e transtorno de ansiedade. “Na época, ele apresentava muita dificuldade de aprendizagem e leitura, mas não tínhamos o diagnóstico. Após uma participação em sala de aula, na qual a professora o forçou a escrever um ditado, e ele não conseguiu, ele passou a sofrer bullying”. Mas, Paulo Henrique não relatou o que vinha acontecendo de imediato. Depois de um tempo, passou a apresentar comportamentos atípicos. “Ficou agressivo, triste, e então iniciamos alguns acompanhamentos multidisciplinares, dentre eles, com uma psicóloga. Após um ano de terapia, ele relatou tudo o que havia passado na escola. E nesse período, estávamos investigando se ele tinha alguma dificuldade, marcando exames, consulta com neuro, psiquiatra, até que descobrimos a dislexia”, conta Laianne. Já ciente do bullying, Laianne levou o caso para a escola, que promoveu uma palestra sobre o tema, sem que o caso fosse exposto. “A partir daí, a escola foi realizando ações e ele foi se desenvolvendo melhor, mas no ano seguinte ele pediu pra sair [da escola]. Respeitamos a decisão dele. E, além disso, nós precisávamos de um apoio melhor. A escola era muito conteudista e eu, na verdade, precisava de um lugar que fizesse adaptações e inclusões que ajudassem no desenvolvimento dele”, afirma. Na escola nova, a família já percebe um apoio diferenciado em relação a Paulo Henrique. “Passamos a dar uma atenção especial. Começamos a trabalhar a sua autoestima e focamos em todas as dificuldades apresentadas por ele. Hoje, meu filho é uma criança mais segura e continua fazendo acompanhamento multidisciplinar com fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e psicopedagoda”, conclui a mãe.

Conheça a mulher que comanda a polícia na Bahia

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“Há anos faço terapia na busca do autodesenvolvimento e melhor compreensão
de quem sou e como posso evoluir", confessa Heloísa Brito

Delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Brito tem uma rotina intensa de trabalho e, junto a isso, mantém um ritmo ativo e organizado de atividades físicas, que, segundo ela, são essenciais para o seu equilíbrio e bem-estar. “Me exercitar sempre fez parte da minha vida, desde pequena. Fiz ballet dos seis aos quinze anos”. Aos 51 anos, ela inicia o dia às 5h10 e toma o café da marca SuperCoffee antes do treino, que se reveza entre musculação, corrida e natação. Sábado também é dia de treinar, como a própria delegada conta. Além disso, ela encaixa aulas particulares de inglês na sua agenda. Tudo isso em meio a uma carga horária de trabalho que vai de 8h30 às 20h, sem contar possíveis compromissos profissionais aos fins de semana. Dormir às 22h, ter uma alimentação equilibrada e acompanhamento médico são hábitos que contribuem para que ela dê conta do dia a dia. Heloísa é casada, tem um filho de 17 anos e faz questão de se dedicar à família. “Prioritariamente, no final de semana estou com eles. Temos sempre um momento para assistir séries ou ouvir música juntos”. O cuidado com a saúde mental também faz parte da rotina. “Há anos faço terapia na busca do autodesenvolvimento e melhor compreensão de quem sou e como posso evoluir. Como vim à Salvador para estudar e morar sozinha, aos 16 anos, aprendi a descomplicar a vida e ser resolutiva para não deixar de fazer tudo o que considero importante”, conclui.

Empatia pelas mães cujos filhos usam telas acima do tempo recomendado

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“Tenho empatia pela mãe que não possui rede de apoio", conta
a dermatologista Maria Figueiredo

Acompanhar o tempo de tela de uma geração que já nasce conectada não é tarefa fácil. Maria Figueiredo, 36 anos, dermatologista, tem dois filhos: Pedro de 3 anos e João, de apenas cinco meses. Pedro começou a consumir conteúdos em tela na idade atual. Ela seguiu a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria de ‘tela zero’ até os 2 anos, o que ainda vale para o seu mais novo. “Penso que devemos usar as telas a favor dos pais e não para atender o desejo da criança de assisti-las. Não uso a tela como entretenimento, como substituto de uma brincadeira. Uso como um artifício que me ajude em determinada situação”, ressalta. A médica conta que percebe que o filho fica mais agitado quando faz uso da tela. “E esse é um dos motivos que me fazem manter o controle. Atualmente essa informação acerca do quanto o uso excessivo de telas é prejudicial é bem difundida, então a maioria das mães/crianças com as quais convivo fazem uso consciente da tela”, acrescenta.  Outro ponto importante destacado por Maria é que, em alguns casos, mesmo com conhecimento do que é recomendado pelos especialistas, a rotina da mãe dificulta esse tipo de restrição de tempo. “Tenho empatia pela mãe que não possui rede de apoio e que, muitas vezes, fará uso da tela acima do tempo recomendado para poder cumprir os afazeres domésticos enquanto supervisiona uma criança”.

Puerpério traumático: rede de apoio “foi tudo”

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A engenheira civil Mariana Cardoso reforça o apoio
que recebeu da família e de amigos

A engenheira civil Mariana Cardoso, relata como a rede de apoio foi importante para superar a Síndrome de Hellp com ruptura hepática, que gerou uma cirurgia de emergência logo após o parto. “Meu puerpério foi um pouco potencializado, porque eu tive o estresse pós-traumático após um período de UTI. Sentia tristeza, angústia e muito medo. E sentia culpa, pois como eu tinha passado por uma cirurgia de grande porte pós-cesárea, tinha limitações e não conseguia fazer muita coisa por meus filhos ”, conta. Mãe de gêmeos, Mariana teve assistência psicológica no hospital, depois seguiu com a terapia em casa, além do apoio da obstetra e de uma enfermeira que ajudou nesse período pós-cirurgia durante a tentativa de amamentar. Principalmente, ela reforça o apoio que recebeu da família e de amigos. “O mais importante foi minha rede apoio. Eles me ajudaram em absolutamente tudo. Fralda, leite, banho... Fora a corrente de oração quando eu estava no hospital e mobilização para doação de sangue”, afirma. Sobre os traumas, ela conta que ainda não está 100% recuperada, mas a terapia tem um enorme valor: “Ao mesmo tempo que eu pensava ‘meu Deus, por que aconteceu comigo?’, também se passava pela minha cabeça o pensamento do tipo ‘mas, é muito raro sobreviver, e eu estou aqui’. A terapia me ajudou muito a tentar parar de buscar respostas que eu nunca ia encontrar”.

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“Aos 40 eu me achava resolvida, mas precisava muito fazer terapia”

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“Deixei de ser tão controladora e passei a permitir que as emoções ocupassem seus espaços",
diz Salete Pilastro

Aposentada do mercado financeiro, Salete Pilastro, 64 anos, tem bastante experiência de vida, e conta como a terapia a ajudou na busca pelo autoconhecimento. Mas o início não foi exatamente por vontade própria. “Sendo bem sincera, fui fazer terapia por sugestão de uma médica imunologista com quem eu e meu então marido nos tratávamos. Ele não estava nada bem emocionalmente e era muito resistente à terapia. Então ela sugeriu que eu iniciasse e que, talvez, por conta disso, ele mudasse de ideia, o que não ocorreu”, conta. Na época, com 40 anos, Salete conta que se achava bem resolvida. “Tinha feito terapia por um tempo uns anos antes e não foi uma boa experiência. Mesmo assim, segui as orientações da médica e procurei a analista que ela indicou. Deu liga, o que é indispensável num processo de análise”, ressalta. Após um período, Salete descobriu a importância da análise para a sua vida. “Na realidade, eu precisava muito fazer análise, mas não me dava conta disso”. O processo, para ela, é um divisor de águas. “Eu costumo me comparar antes e depois. Eu era um edifício alto, quadrado, todo de vidro espelhado, lindo, imponente, correto, daqueles que estão nos centros empresariais que ninguém do lado de fora consegue enxergar o que se passa lá dentro. Com a terapia, utilizando os mesmos tijolos, passei a ser uma casa térrea, ampla, branca, toda avarandada, com janelões abertos para o jardim”. E disso tudo vem o principal aprendizado: “Deixei de ser tão controladora e passei a permitir que as emoções ocupassem seus espaços. Se não damos vazão às emoções pelo lugar certo, elas somatizam no corpo. Fui abandonando a posição de defesa, as certezas, as ‘verdades’. Ganhei flexibilidade. Aprendi a viver com dúvidas. Saí do sim ou não e inclui o talvez”.

Classificação Indicativa: Livre

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