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Fatos & Pitacos: Facilidade em se manter na rotina

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Coluna Fatos & Pitacos vai ao ar toda terça-feira no site BNews, por Bruna Varjão  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 20/06/2023, às 07h00 - Atualizado às 12h16   Bruna Varjão


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Facilidade em se manter na rotina

"Eu percebi que estava adoecendo, precisava mudar", conta Rita Simões (esq. e Lara Kértesz)

Química aposentada, Rita de Cássia Simões, 60 anos, lembra da rotina cansativa dos tempos de Petrobras. “Saía de casa 6h e chegava 19h, de segunda à sexta”. Mas, isso não a fez deixar de ter cuidados com sua saúde. “Eu percebi que estava ficando cada vez mais ansiosa, querendo dar conta de tudo, cuidando dos outros e sem me cuidar, adoecendo. Percebi que precisava mudar. Diana, minha filha mais velha, tinha 3 anos quando eu comecei a fazer terapia. Desde então, iniciei um caminho de autoconhecimento. E durante 34 anos de trabalho, à noite eu sempre praticava atividade física, muitas vezes conversando com minhas filhas. Foi a forma que eu percebi que me manteria em equilíbrio. É preciso encontrar o que lhe motiva. Depois, o ‘como’ é mais fácil”. A pandemia trouxe novos hábitos: meditação virou ritual para começar o dia e as manhãs dedicadas à organização da casa. Durante a semana, os horários são bem definidos para o almoço em família, para o descanso, para estudos e para a atividade física. “Eu reconheço que tenho na minha personalidade o traço da disciplina. Mas, desde cedo, percebi que precisava me organizar para me manter saudável, porque a falta de tempo era constante e as responsabilidades com trabalho, família e maternidade eram muito grandes”, afirma. Já a empresária, produtora e radialista, Lara Kértesz, de 41 anos, também busca organizar bem a rotina, que começa às 6h. Agradecer a Deus pelo dia que começa, pela saúde e proteção da família é a primeira ação do dia para Lara. Depois, o café da manhã, a preparação dos filhos para a escola e a atividade física compõem a sequência de tarefas antes de entrar no ar, na rádio Metrópole. A rotina inclui uma programação variada pela tarde, a depender das demandas. O dia encerra por volta das 21h30. “Sempre fui disciplinada. Eu desenvolvi a disciplina primeiro porque eu dancei ballet clássico por 23 anos, o que me deu essa consciência de disciplina e tempo. Tive também a influência da minha mãe, que sempre foi uma pessoa com rotina organizada. Eu sou uma pessoa que ama viajar, mas amo voltar para casa, porque amo o meu dia a dia”, conclui.


“Não tenho tempo para mim, mas adoro o meu dia!” 

“Adoro tudo o que eu faço e me sinto muito bem e feliz”, explica Fabiana Vieira

Praticamente, um mês tomado por eventos. É assim a rotina de trabalho de Fabiana Vieira, 44 anos, empresária, dona do Buffet Pimenta e Cominho. São, em média, 20 a 28 eventos por mês. Nos finais de semana, cerca de 4 a 6 eventos. “Minha rotina é super corrida. Não tenho tempo, às vezes, para mim. Deixo de fazer minhas coisas para não deixar de fazer as tarefas do buffet. Mas, não me sinto sobrecarregada, eu adoro o meu dia”, garante. As primeiras horas do seu dia são dedicadas aos cachorros, ao café da manhã e à organização da casa. “A partir daí, vou fazer minhas tarefas na rua. Nesse meio tempo, atendendo sempre meus clientes no WhatsApp”. As tardes são mais leves, quando normalmente resolve algo da casa de praia, vai a alguma consulta médica, ou faz a unha, por exemplo. Depois do dia cheio, Fabiane chega à noite em casa para uma nova rodada de atenção aos cachorros, preparar o jantar e alguns trabalhos domésticos, como colocar roupa na máquina de lavar. Ela conta com os serviços de uma diarista uma vez na semana. No mais, ela mesma se encarrega dos afazeres domésticos. E, claro, sem deixar de concluir os atendimentos aos clientes. A hora de parar é quase meia-noite. “Adoro tudo o que eu faço! Adoro o meu dia a dia, e me sinto muito bem e feliz”, reforça.


“Meter a mão na massa” é uma terapia para a ansiedade

"Faço porque amo, mas não abro mão do autocuidado”, ressalta Rafaeli Alves

Ambientalista, maquiadora e estudante de pedagogia, Rafaeli Alves, de 27 anos, é taxativa: “Não gosto de esperar fazerem as coisas por mim. Meu perfil é mão na massa”. Essa postura tem a ajudado a enfrentar um transtorno de ansiedade. “Pinturas de objetos, jardinagem... Faço porque amo, mas também não abro mão do autocuidado”, ressalta. A inspiração por essa ‘mão na massa’ vem de família. “Sempre tive meus pais como inspiração. Meu pai é um verdadeiro ‘faz tudo’ e minha mãe muito prendada. Sempre cresci em sítio, com espaço para fazer horta, marcenaria”. Depois de se casar, Rafaeli passou a viver num apartamento com ótima infraestrutura, como ela mesmo relata, mas, há um mês, voltou a morar em sítio.  “Agora voltei a me sentir livre e completa. Voltei a ter contato com tudo que um apartamento não me proporcionava. E o meu esposo, que sempre foi criado ao ar livre, também sentia falta disso e está muito mais feliz”, afirma. Ela conta que, por vezes, se sente sobrecarregada com a rotina. Mesmo assim, garante que se sente feliz ao ver tudo que já conquistou aos 27 anos. “A perseverança e aprender a respeitar os meus limites são aspectos que representam uma virada de chave na minha vida, já que antes eu me cobrava bastante e não assumia o meu cansaço e sobrecarga. Agora tento equilibrar melhor as coisas”, conclui.


Ao simplificar a rotina de casa, tarefas passaram a ser melhor geridas

Rosana Lins já fez vários cursos e uma vez contratou um consultor

A empresária e consultora comercial Rosana Lins, de 55 anos, sempre foi focada em elaborar tarefas. “A vida inteira, papel e caneta estiveram ao meu lado me ajudando com minhas listinhas”, conta. Para organizar a casa e demandas pessoais, ela usa um planner semanal atualizado todos os finais de semana do que tem que ser feito nos próximos 15 dias. “No dia que simplifiquei a rotina de casa, passei a administrar melhor meu tempo e meus controles. Minhas compras são semanais, procuro fazer tudo no bairro que eu moro (lavanderia, farmácia, etc) e não acumular tarefas, por exemplo”. No trabalho, a delegação de funções é importante, como ressalta a empresária. “Utilizo bastante o WhatsApp como ferramenta de comunicação com a equipe”. Além disso, lembra que fez muitos cursos, de neurolinguística, administração do tempo, sistema de qualidade, etc, e contratou um consultor que a ajudou com pesquisas de mercado e planilhas para análise de resultados. Rosana deixa a dica para quem procura se organizar. “Nem sempre conseguia efetivar todas as tarefas. Fui aprendendo a ser mais organizada para executar o que estava planejado. Entendi que esses dois processos têm que andar de mãos dadas. Não adianta planejar e não concluir”, ressalta.


A fé em Santo Antônio

As devotas Elane Varjão (esq.) e Adriane Lins (dir.)

Estamos no mês de celebrações aos santos juninos e já passamos pelo mais popular deles: Santo Antônio, o santo casamenteiro. As demonstrações de fé estão presentes em muitas casas que perpetuam as tradições de família. A jornalista Elane Varjão, que reuniu 20 amigas na sua trezena, lembra que a devoção a Santo Antônio se consagrou quando tinha 15 anos. Segundo ela, desde pequena já adorava o santo e, ao entrar na adolescência, procurou essa maior conexão com a fé. “Conheci a história dele e me encantei pelos seus valores de amar o próximo, ser generoso e procurar servir sempre que possível. A fé em Santo Antônio veio de uma tradição de família. Fui inspirada por uma tia, depois por minha mãe”, conta, ressaltando a trezena como um momento especial de renovação na fé em Deus e no agradecimento pela intercessão de Santo Antônio em sua vida. Já a arquiteta Adriane Lins conta que foi sua babá Aurora que reforçou a sua fé em Antônio. “Eu saía da escola e ela me levava na missa. Aos domingos, também. Era uma mulher de muita fé e aprendi tudo com ela”. Adriane diz ainda que a devoção ao santo se fortaleceu quando veio morar na Bahia, passou a frequentar a Igreja de Santo Antônio da Barra e coincidências que envolvem o mês de Junho começaram a acontecer. “Na pandemia, eu fiz uma promessa que aos 50 anos eu começaria minha trezena, mas acabei começando aos 48. Esse ano, reuni 50 mulheres”, conta. Adriane ainda acrescentou que vai à missa todas as terças e sente que sua semana só começa depois daí.

Trezena de Adriane Lins

Classificação Indicativa: Livre

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