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Fatos & Pitacos: Nem sempre o cliente é uma boa oportunidade

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Há 16 anos no mercado de comunicação e marketing, passei a praticar o autoconhecimento profissional, entender as minhas limitações e respeitar os meus valores  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 08/08/2023, às 07h00 - Atualizado às 07h20   Bruna Varjão


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Sim, existe hoje uma escolha. Amanheço agradecendo as oportunidades profissionais que surgem, mas tenho aprendido a inverter a lógica. Passei a inserir o cliente na minha rotina profissional e estilo de vida, e não o contrário. Isso significa me alinhar aos meus valores, preservando o equilíbrio e a saúde.


Claro que, quando estamos dando os primeiros passos, nem sempre é possível ser tão seletivo, mas talvez seja importante estabelecer essa meta.


Há um ano, estive com minha astróloga Cristina Tolentino e ela me disse: “As suas escolhas estão em evidência. Trata-se de aprender a lidar de outra forma com o mundo”. 


E exatamente nos últimos 12 meses, introduzi o exercício de me questionar: “Essa demanda contribui com a profissional que venho me dedicando a ser?”; “Esse segmento de negócio tem a ver com o meu propósito?”. Ao agir assim, passei a atrair aquilo que verdadeiramente busco. 


E o que eu estou buscando? Não é mais prioridade o retorno financeiro, o volume no portfólio, ou o status que o cliente possa oferecer. O que me atrai enquanto profissional é ter um dia a dia recheado de pessoas que elevem a minha energia, atividades que me impulsionem e valores que me movem. Entender, portanto, o propósito do cliente, o seu estilo de gestão e, claro, o fluxo de comunicação, é o meu primeiro passo.


Jorge Grimberg, em seu livro 'Vida Criativa', diz o seguinte: "O primeiro passo, e talvez o mais difícil, na construção da sua vida, é a criação do seu próprio livro de regras. Esqueça tudo o que ouviu na escola, na faculdade e as referências da família, para, no silêncio, ouvir o seu coração. Parece piegas, mas não é. Isso é parte essencial do projeto. Do que você gosta de verdade? O que você faria de graça? Isso pode virar um estilo de vida. Isso é − ou deveria ser − o seu trabalho."


Um exemplo que me desanimou há alguns anos, através da realização de um trabalho de assessoria de imprensa, foi a comunicação confusa e ausente que vinha do lado de lá. Depois de um tempo, passamos a não trocar ideias. Não havia briefing, nem retorno das ações. As reuniões deixaram de ser realizadas. Entendo que era uma forma de dizer que não valorizavam o trabalho desenvolvido. Mas, ainda assim, permanecemos juntos por quase 4 anos.

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Outra situação ocorreu em 2021, ao aceitar uma proposta de assessoria de comunicação e marketing num segmento com o qual não me identifico: campanha política. Enxerguei uma relevância naquele exercício - que hoje não faz o maior sentido - e me apeguei à remuneração proposta. Cerca de 1 mês após a minha contratação, conversei com os gestores e indiquei uma pessoa para me substituir.


Por último, compartilho um caso que aconteceu mais recentemente, já neste processo de reflexões e mudanças. Um cliente me demandou um trabalho que eu realizo para algumas outras empresas. Recusei a oferta, entendendo minhas limitações, mesmo com a possibilidade de aumentar a equipe e tocar o desafio. Quando digo “limitações”, me refiro a fazer parte do grupo em que menos é mais. Ter um número restrito de bons clientes, e trazer qualidade nos resultados e nas relações.


A realidade é que sem o autoconhecimento profissional, eu criava oportunidades para a frustração, o que me causava insegurança, ansiedade e desânimo. Hoje, aqui na BV Comunicação e Marketing, empresa da qual eu sou sócia, fazem parte dos nossos valores a confiança, educação, parceria, alegria e leveza. Os clientes precisam estar em sintonia!


Nesse processo, compartilho 5 ações que me ajudaram a driblar “maus clientes” e conquistar “bons clientes”:


1. Autoconhecimento, através de terapia semanal, cursos e leitura;
2. Planejamento financeiro;
3. Implementar ações. Eliminar o que frustra e se alimentar do que faz sentido;
4. Aprender a dizer não, inclusive a familiares, que podem sugerir propostas e ideias inadequadas;
5. Mesmo não aceitando a proposta, sempre manter portas abertas, dando um feedback transparente e honesto. O contrato pode não vingar, mas ali pode nascer um networking interessante.


Bruna Varjão é assessora de Comunicação e Marketing
@bvarjao

Classificação Indicativa: Livre

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